Então sabiá na gaiola cantou, cantou...já assobiava o velho entretido em olhar as árvores e o verde que ainda restava naquele sítio prazeiroso. Os passarinhos gorjeavam. Ah, se você olhar no dicionário vai ver o que é isso. Passarinho na gaiola canta de tristeza. Passarinho livre canta muito melhor. O pardal é um safado, pia , rouba e corre. O bem-te-vi também é um cretino. O rouxinol aparece nos contos das mil e uma noites, e fode todo mundo. E é claro, sai cantando de feliz. Eu quase não vejo passarinho aqui da minha janela e quando calha de ver algum, fico admirada dos bichinhos sobreviverem a essa camada de poluição.
Certa vez vi uma passarinho gigante aqui em frente
e depois descobri que era um falcão peregrino. Uau !
Lindo, parecia uma estátua. Ficou um tempão descansando e bateu asas.
Meu falcão apareceu na tv, no noticiário da noite.
Quer coisa mais bonita que o fim do dia numa árvore repleta de passarinhos ?
Eles trocam mensagens e trinados. E cagam na cabeça de todo mundo.
Uma cagação.

Twitter. Todo mundo quer gorjear e se conectar a todo minuto. Fico imaginando o porque de tanta neura de comunicação e entrar na vida dos outros. Uma revoada de bits prá todo lado. Uma pentelhação. Prazer, alegria ou conversa mole ? Gente folgada, solicitações e aporrinhação.
Recebi uma msg de twitter de uma tal que nunca vi na vida.
O que será que ela quer ?
Acho que é cagação e solidão. Gente que não suporta ficar só.
Quero gente de verdade na minha frente - sem celular, please.



A pequena coruja é silenciosa e terna,
sai pela noite já plena,
com a luz obscurecida pela névoa fria.
Outono na beirada do azul acinzentado,
proteje-se na soleira da janela
espalha suas penas e força suas patas.
Ela ainda tem forças em suas penas
e as dores que sente no corpo
ela acaricia com mergulho profundo
no céu que a atrai.
Sentiu o chamado e foi na direção
dos amores, das carícias.

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