A culpa é do famoso DOC, rótulo encontrado nas garrafas.
Fim de semana bom e fresquinho prá tomar alguns copos de vinho.
Tinto, daqueles fodões.
Não entendo nada de vinhos, não sou fresca.
Não é a minha praia, nem a minha literatura predileta.
Vou por alguma informação de boca a boca. Vinho com um rótulo simples, honesto.
Um vinho sincero da região de Mendoza. Delícias dos Andes.
E de tanto vinho acabo nesse show de levitação, rock e poemas.
Catei alguns livros velhos de poesia. Dia do poeta, acho.
Livro de poesias são sempre rabiscados.
Poemas torturados por lápis. Caneta bic e aqueles marcadores amarelos horrendos.
Poemas desenhados , com ponto de interrogação ( ? ) gigantesco lá no alto,canto direito.
Rabiscos amarelos : eu só podia estar desesperada.
Uma só frase.
Mistério.
Comentários no pé da página, cículos feito caracol, sempre ao redor
das palavras.
Divago, circundo e vou prá dentro da palavra que me levanta no ar.
Levitar-se. Existe ?
Levitar.
* Ilustração Julian de Narvaez
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