@ a fecundidade com Danae


Klimt disse assim:
Se não Olharmos é porque morremos.

Muito ouro & bordados. Transparências e túnicas pesadas. Abra a caixa oriental laqueada em azul , tesouro de todos os tempos - A carga percorreu as estradas dos séculos. A linda caravana que se confundia com artistas ou deuses . Nos templos de mármores, filetes de onix pelos brancos corredores , afrescos delicados. Diante de todos, a mais adorada. Sim, vertiam aos pés da Deusa, os pobres com seus tostões gastos, carnes e vinhos baratos. E dos Senado e Fórum, vinha o potentado baú de ouro e jóias do Egito.
O tempo vai se encarregar de abrí-lo novamente.
E verás.

Se não Olharmos é porque morremos.

Na fuga pelo deserto, os hebreus libertos se alimentaram de maná. O maná caía como chuva dourada, rodopiava pelo ar e provocava euforia. Diziam que era poeira do Sol que alimentava muitas barrigas esfomeadas. O maná escorria pelas árvores como deliciosos pães de cevada, quentes, recém tirados do buraco quente da terra.
O ritual para a Deusa era num local ermo, longe dos olhos do seguidores da Torá.
Bezerros dourados, orgias sem fim , vinho de Alexandria, damascos e danças.
Fecundidade, sexo desenfreado e crianças.


Klimt disse assim:
Fechei a Bíblia e corri para o esboço no canvas e
e desenhei Danae.
Depois pus brocados, filetei de ouro -
a Deusa dorme depois
de amar o mundo.

Marcadores:

| Por Prensada | quarta-feira, 6 de janeiro de 2010 | 15:53.