Não sei em que livro eu li, porque nessa altura do jogo -
tanta vida, tantos anos,
está tudo bem embaralhado no meu hardware.
Quando eu abro os olhos pela manhã
é aquela enxurrada de frases e palavras.
Mas um dia escreveram
que é demasiado fina a linha que, daqui, te separa do paraíso.
Uma linha.

Uma linhazinha tão fina, tão fina, que é invisível.
Um fio de cabelo.
E todo mundo carrega sua linhazinha.
E vai enrolando, enrolando
esticando, esticando
puxando, puxando
laçando, laçando
costurando, costurando
até a linha machucar o pescoço
e doer até a morte.

A linha não tem culpa -
linhazinha libertadora.




* Imagem by Catia Chien via Paper Planes

Marcadores:

| Por Prensada | quinta-feira, 15 de abril de 2010 | 10:23.