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Agora chego e estremeço.
E olho e pergunto.
E estranho o aroma da terra,
as cores fortes do mundo
e a face humana.

Compreendo, entre o que me espera,
violências que reconheço
mas que não sinto.
Sem paixões e sem desprezo,
gasto-me todo em lembranças,
neste tumulto.

Porque chego despojado
e humilho-me de ter vindo
como estrangeiro,
- de ser apenas um vulto
que tudo que sabe é de alma,
- ao resto, alheio.

As portas dos meus armários,
que guardam dentro ? Esqueci-me.
De que me servem ?
Por mais que tudo examine,
vejo bem que já não tenho
laços e heranças.

Perdoai-me chegar tão leve,
eu, passageiro
dos céus, de límpido vento.



* Cecilia, poeta de verdade

* Imagem via As brave as bear

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| Por Prensada | quarta-feira, 26 de maio de 2010 | 10:08.