* como esse cara é moderno
Namoro Vincent Van Gogh há quinze dias.
Pendurei um poster , uma simples floresta - na minha frente.
Dou altos passeios por essa tela.
Nos seus diários, as famosas cartas para seu irmão Theo,
ele informava que passava dias sem dizer uma palavra a ninguém,
a não ser para pedir
um almoço ou um café.
As cartas são tão envolventes e delicadas que não imagino Vincent como um anti-social.
Devaneio sim, com seus passeios , talvez ele caminhasse nessa trilha, no meio da floresta.
Carregava um caderno de esboços , maleta e cachimbo.
A floresta de Van Gogh é tão real e viva , um banho de luz e cor.
Leveza de flores brancas, esparramadas pelo chão,
amarelos intensos , vermelhos, ocres , laranjas.
Imagino a hora do descanso, saturado de tanta natureza,
lia um pouco de Guy de Maupassant ou Flaubert.
Vicent também amava Shakespeare .
O talento é uma grande paciência, não é mesmo Vincent ?
O poster também me remete ao cheiro da floresta.
Terra , folhagem, árvores sinuosas,
troncos estreitos e descascados.
Uma floresta real , sem nenhuma estridência
não havia vozes perturbadoras, insanidade e tormentos.
Só um caderno, lápis e a ação do desenho.
O olhar de Vincent é energia pura, cor.
* O antigo poster que reinava aqui, uma bela ilustração de uma borboleta azul -
obra de um artista plástico espanhol -
foi removido , por instrução e alerta do Ministério da Saúde.
* Imagem via Classic Woods
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