Alice pulou errado no meio do caminho. Tinha uma pedra. No meio do caminho tem sempre um cruz-credo. Alice e seu tendão bichado. Humpft ! Seus pézinhos doíam à noite. Ela queria pular a fronteira, saltar por cima do oceano Atlântico e talvez com uma lufada de ventos que batem nas Canárias , voaria de uma forma reta e certa até o norte da África. Dali , seria um pulinho dolorido - ah, esse tendão que não para de arder! Pensou que não seria fácil chegar ao fim da sua aventura. Alice fechou os olhos lembrou dos discursos e falatório do seu presidente-sindicalista e saltou . Humpft. Só que o salto pegou um vento forte da Corrente da Patagônia e foi parar em Copacabana, Bolívia.
Quando viu aquele povo com aquelas carinhas de índio percebeu onde uma distração à toa a fez levar. Tem sempre uma pedra, praguejou. Onde estaria ?
Daí, sem vacilar abriu seu blackberry e não olhou pro Coelho, com aquele relógio de bolso fora de moda. Viu no google maps sua localização: à beira do Lago Titicaca, Copacabana.
Refletiu , emocionada , que estava na Cordilheira dos Andes. Alto prá caraleo. Super alto...
Povo sofrido esse aí. Admirável resistência aos invasores e olha que não foram poucos. Espanhóis atrás de prata e ouro , o famigerado Pizarro. Guerras sangrentas e massacres com seus vizinhos, que apesar de serem todos índios, parecem que cismam que são diferentes. Simon Bolívar está em todo o mapa da América do Sul. O sangue a lava milenar dos altiplanos, país dos índios , descendentes diretos do rei Deus Tiniwaku. Sempre foram dóceis e dominados por gente perversa. Daí, porque Alice cada vez mais odiava seres humanos. Achava-os insuportáveis. Gostava do seu Chapeleiro Maluco e do Coelho com relógio antigo.
Alice, porém , adorava Mitologia e resolveu ficar mais um pouquinho...
* Estátua do deus Tiniwaku
* Viúvas de Copacabana
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