Ai, senti um vento frio hoje no fim do dia. Um frio nos ossos. E fiquei parada como uma mula.
Empacar feito mula de montanha, uma visão deliciosa.
Cercadas por montanhas , com estradinhas difíceis.
Mas os montes e penhascos estão lá para serem vistos e admirados.
Mapas amarelos e guardados na gaveta.
Perdi o rumo, e ando sem descanso.
Não conheço nada: minha grande pena.
( minha bússola quebrou )
Perdi as montanhas todas, os pés de ipês roxos e
as bromélias da Serra do Mar.
Só tenho uma janela para espiar o movimento da rua apinhada.
Sem um descanso no olhar: placas, publicidade, banners, metrô, escada-rolante,
viadutos,vitrines, lixo,luzes e gente.
Sem descanso.
Sem descanso.
Sem descanso.
Sem nenhum momento humano , amoroso.
As pinturas e as esculturas surgem a racionalidade cai por terra.
(se não fosse esse livro,eu morreria ).
A trilha por onde ele me leva tem rumo.
“A amizade é regida pelo mesmo mecanismo que o amor, é instantânea e absoluta.”
António Lobo Antunes
* Foto, Sampavelox , nubladona * não tenho o autor da foto *
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