Nossa Senhora do Copan,
como é stressante pensar em um novo lar.
Tenho vertigens só de visualizar o desfile de apartamentos aterradores
que verei. E aqueles corretores chatérrimos falando bobagens prá te encantar...
Dormi e sonhei com as tranqueiras da minha mãe, uma amontoado de coisas
sem utilidade que ela colecionou durante 50 anos na casa do litoral.
Terei que descolar duzentas mil sacolas prá despachar tanta coisa.
Ela tem uma gaveta chapada de papéis de embrulho e presente.
Todos arrumadinhos prontos prá um mimo prá alguém.
Laços de fitas de todos os tamanhos.
Coleção de revista de figurinos, porque ela costurava muito.
Vou herdar uma máquina de costura Singer.
Só que eu não sei costurar.
Uma pilha de louças e bibelôs, quadros legais e outros nem tanto.
Um monte de eletro-domésticos queimados ou velhos.
Roupas que já saíram de moda, casacos e uma tonelada de bijouterias.
Coisas de praia: guarda-sol, cadeiras de alumínio e montes de geladeiras de isopor.

Que Nossa Senhora do Copan me ajude
porque só de imaginar , fico com vontade de chorar.

Mudar não é poético, é um massacre.





* David Lloyd , Copan pintura

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| Por Prensada | segunda-feira, 6 de abril de 2009 | 12:27.