Fiquei alguns minutos , bem longos, na janela. Um fim de noite e começo de madrugada.
A paisagem estática, aquela bruma cenográfica, estilo sampavelox e um vento frio.
Todo mundo procurando abrigo, uma comida quente e um afago de qualquer tipo.
O que é mais sentido é a percepção que a distância fica cada vez maior entre os corpos.
Ninguém admite isso, claro. Mas é um fato. Os afagos são raros.
Os encontros ficam complicados. Flores raras ou banais.
E um pouco de alcool prá relaxar e tentar sair do corpo; abandonar-se ao vento.
Nada de efeitos especiais hollywoodianos. Sem produção ou roteiro pré-determinado.

Já decorei meu texto, sei o que vou falar : tenho medo e estou cansada.
Não chegue muito perto porque eu sou insuportável.
Sou uma egoísta em potencial.
Sinto uma saudade nostálgica da paixão, aquela que corria
meu peito - daquela entrega e declaração: sim !
Hoje tiro leite de pedras e lágrimas grossas caem.



Nesta vida
não vai dar
prá definir
paixão

tantas são
de cada um
a lida
entre as idas
e vindas
do coração.

* Alice Ruiz




* Foto Fabio Raphael

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| Por Prensada | sábado, 1 de agosto de 2009 | 23:19.