Kandinski, São Jorge



Chagall, Promenade



Maliévitch, Rostos



Maliévitch, Círculo Negro que forma o tríptico




Rodchenko, Círculo Branco





Gosto de nomes russos, tipo Kazimir Maliévitch ou Vladmir Kandinski.
A Literatura também é boa de doer.
Acho que já vivi numa dacha, corria nas estepes geladas com meus cães de olhos azuis,
e bebia vodca aos litros, escondida atrás dos pilares do Kremlim.

Os artistas russos de Vanguarda mais expressivos, estão reunidos nessa coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, ex- Leningrado. E vale a pena percorrer três andares e o subsolo do CCBB, na rua Álvares Penteado.
A arte de vanguarda russa sentiu a pressão do regime comunista que baniu ou perseguiu seus principais artistas. 1917, Revolução Comunista. Antes disso, havia uma infinidade de correntes artísticas ora inspiradas na arte européia ora tentando uma vertente russa genuína.
E é impactante acompanhar a trajetória de seus principais artistas e compará-los com a arte "oficial" a partir de 1930, quando Stalin barrou tudo em prol do realismo socialista, que seria a única arte permitida na União Soviética até os anos 80. Os comunistas diziam que a arte de vanguarda não era entendida pela massa.

São 123 obras , entre pinturas, esculturas,cartazes e roupas de teatro e nomes reconhecidos como a nata a pintura de vanguarda: Marc Chagall , Vassili Kandisnki, Aleksandr Rodchenko, Vladmir Tatlin, Pavel Fílonov, representantes das variadas movimentos artisticos da União Soviética pré e pós revolução.
O destaque, além do deslumbrante Promenade (1917) de Marc Chagall , está na sala especial de Maliévitch, onde está seu tríptico Cruz Negra, Quadrado Negro e Círculo Negro, datados de 1923. Raramente o conjunto formado pelas três telas fica reunido.
Imagino o impacto dessas obras nos idos de mil novecentos e valsa.
O próprio Maliévitch aparece num auto-retrato vestido como um artista da Renascença, de um cinismo atroz contra o regime. Ele morreu em 1935.
Pela primeira vez ele é apresentado no Brasil.

Também inédito para mim é ficar em frente das obras de Vassili Kandinski, que eu curto demais. Esse russo sabe de cores e formas, um puta artista amoroso. Sei lá, a pintura dele me dá tesão. E olha que é difícil alguma coisa hoje em dia me dar tesão.
Resumo: saí com vontade de amar, entrelaçar, tocar, beijar e morrer no meio dessas cores.



Uma exposição excelente, rica e emocionante.
Vale a visita, o café do CCBB e ao ambiente russo.

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| Por Prensada | segunda-feira, 21 de setembro de 2009 | 20:49.