Refiz o texto porque tava péssimo:


Muito interessante assistir uma peça que foi reescrita para uma versão feminina.
Há 22 anos atrás Renato Borghi escreveu O Lobo de Ray-Ban celebrizado pelo ator Raul Cortez.
O texto muito atual até hoje, é um mergulho emocionante nos camarins e palcos do teatro.
Um texto escrito por um ator que ama o cheiro do chão de um teatro sujo, como diz o texto.
A dramaturgia de Borghi recai no incêndio das paixões de atores
e numa homenagem tocante a algumas encenações históricas do teatro brasileiro.
E então há um desfile de cenas de Medéia, Eduardo II , As Criadas de Jean Genet.
Cacilda, Maria Della Costa, Bibi Ferreira, Tônia Carrero.

E todos sabem que atores são , na sua grande maioria uma matilha composta de esquisitos - seres noturnos, lobos / lobas , perigosos e irresistíveis.
Borghi realizou a versão feminina e mostrou para a atriz Dinah Sfat, que seria A Loba. Quando o texto foi finalizado oito meses depois , Dina já estava muito doente e não podia mais realizá-lo. Raul Cortez agarrou a versão masculina e montou-a como O Lobo.
Com Raul, estavam no palco José Possi Neto e Christiane Torloni, um grande sucesso.
Agora a nova remontagem , A Loba de Ray-Ban.

O texto é bom prá caraleo. O cenário é deslumbrante e engenhoso. A cenografia é de Jean-Pierre Tortil. Os figurinos são fodidos de lindos e a direção é de José Possi Neto , que adora fazer parcerias com Christiane Torloni - vide o espetáculo Joana D'Ark , que estourou até na Ilha de Marajó.
Se você amar La Torloni, vai adorar.
Ainda acho que ela funciona muito bem na televisão.
No palco aquele chiado intenso irrita. E o som estava altíssimo, acima das vozes dos atores.
A sonoplasta não era a minha amiga...rs*
Ela tem o mesmo chiado da Giovanna Antonelli, que é boa atriz, mas a coitada parece uma tísica quando fala alguma coisa.
Prá mim, atrizes e atores Globais emitem muito mal do teatro porque estão no quadrado da TV.
Uns raros são fodões no palco.
Ela é personagem dela mesma.
La Torloni e pronto.
Respira e emite de uma forma que parece que está à beira do abismo.
Talvez esteja.

Porém, flui muito bemcom seu corpo, com aquele jeito de bailarina - magnética,
ultra esculpida aos cinquenta anos.
A Loba de ray-ban, num modelo preto matador e com um revolver na mão... bela cena.
Guarda a arma na bolsa, pões os óculos escuros
e vai tomar uma média com pão quente na padoca.
Amanhece.

Sobe bem alto a música do Cazuza - Pro Dia Nascer Feliz.
E a Loba aos pedaços ,mas com atitude, vai atrás do dia e do café.




A mulher é um tesão, apesar do ruído* da voz.




* Imagem foto divulgação da peça A Loba de Ray-Ban

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| Por Prensada | domingo, 24 de janeiro de 2010 | 16:13.