Uma grande caminhada da Paulista até a Praça Roosevelt.
Desci pela Augusta e Frei Caneca.
Fico olhando as pessoas, os garotos e as garotas estudantes -
gente que acabou de acordar tipo as 15 horas
ou o pessoal que trabalha na região.
O percurso debaixo do sol estilhaçado de julho, é bem lento.
Sigo com passo de gente que está namorando.
Quase um divertimento !
Sabe como é isso ?
Caminhar como se tivesse com alguém junto.
Alla qui me lóke !

Sempre arrumo companhia imaginária nos meus trajetos.
Ou então fico fazendo listas. Listas de livros ,
providências que tenho pendentes, a p a r t a m e n t o s
e i m o b i l i a r i a s , um tormento.
Reforma , listas imaginárias de itens.
Vênus/ Afrodite , uma imagem que não sai da cabeça.
Aquele livro deslumbrante da Cultura, sobre Mitologia.
E o livro do Klimt ? Vontade de chorar.
A floresta de Van Gogh ?
Vou compondo frases , dialogando com meus fantasmas.
Toda feliz com o livro do Leminski na bolsa.

Ai que dor no meu peito ,
dá vontade de pegá-la e beijá-la devagar.

Pensei três vezes nisso.
Nunca sei dessas coisas.
Só sei que sinto dor.

Bela cena para acompanhar o pensamento:
um casal beijando-se na esquina.
O que inventar sobre a imagem ?
Afastei por completo essa febril e ansiosa cidade - sampavelox -
num exercício difícil , porque aqui todos se atropelam.
Passear de verdade com a garota é um grande desafio.
Beijar então, nem se fala.
E esses dois são heróis do nosso tempo.
Saem da escola tranquilos e gritando. Um desgoverno de risos.
Beijos que doem de tão bons, quentura , cama , sopros benfazejos
- apenas algumas horas.
Está bom demais.
Parece música do Keith Jarrett.
Não paro de ouvir e fazer listas imaginárias.


* um texto realmente adolescente...ahahaha



* Imagem foto via Stand by you

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| Por Prensada | terça-feira, 20 de julho de 2010 | 16:02.