(...)
Ah, a frescura das manhãs em que se chega,
e a palidez das manhãs em que se parte,
quando nossas entranhas doem
e uma vaga sensação parecida com um medo
-  O medo ancestral de se afastar e partir,
o misterioso receio ancestral à Chegada  e ao Novo -
encolhe-nos a pele e agonia-nos,
e todo o nosso corpo angustiado sente,
como se fosse a nossa alma,
uma inexplicável vontade de poder sentir isto doutra maneira:
uma saudade de qualquer coisa...(...)

* Álvaro de Campos , Ode Marítima  ( trechos )

Pamir , 1948   New Zeland

* Imagem via On the borderland * Pamir   1948,   Nova Zelândia

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| Por Prensada | terça-feira, 18 de janeiro de 2011 | 05:59.