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Viajantes e pedintes rodeiam-me,
Gente que encontro, rastros da minha vida passada, ou o bairro e a cidade
onde vivo, ou a nação.
Os últimos eventos, descobertas, inventos, sociedades, antigos ou novos
autores,
O meu alimento, o meu vestir, companheiros, olhares, elogios, deveres,
a real ou imaginada indiferença de este homem ou aquela mulher que amo,
a doença dos meus ou de mim próprio, contrariedades, perdas ou faltas de
dinheiro, depressões e exaltações.
Batalhas, os horrores da guerra fratricida, a ansiedade de uma notícia incerta,
os eventos do acaso;
Dia e noite isto vem até mim e de mim se vai.
Mas não são o meu Eu ele próprio.
Para lá de todas as forças está o que sou.
Divertido, complacente, compassivo, indolente , unitário;
Olhando para baixo, erecto ou apoiando o braço numa impalpável base,
Olhando com a cabeça inclinada e curiosa o que virá a seguir,
ora dentro ora fora do jogo observando, maravilhando-me.
(...)


* Walt Whitman , Canto de mim mesmo


* Norman Rockwell

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| Por Prensada | sábado, 20 de dezembro de 2008 | 13:10.