Foi no meio da tarde que fui questionada sobre querer namorar.
Ela falou de química e tal. Química era uma boa matéria na escola, reprodução,
transformação, várias possibilidades de aprender a fazer ouro.
Queimaram na fogueira os que dominavam o sortilégio.
O crepitar da madeira chegou até aqui.
Várias fogueiras na noite.


Ah, surpresa.
Depois da pergunta - assim de sopetão. Namoro ?
_ Você quer namorar ou não ?


E comecei a suar e perdi a compostura, isto é,
entrei em surto e falei sem parar, um monte de bobagens.
Café, uma garrafinha de água
e um estupor. Esquentou demais hoje e arranquei o casaco.
Estou tão sem toque humano que arrepio só de olhar
um rosto ou uma mão segurando um livro: os títulos são de matar.
Mas já é um passo para a eternidade das palavras.
Coração nas Trevas, do Conrad , na bolsa.
Vietnã e aquele general louco.
A guerra do Vietnã foi muito presente lá em casa.
Além da vitrola grandona, pilhas de discos e
as corridas com os moleques.
A guerra na grama; soldados em tricheiras,
tombos, sopapos , granadas
e depois, jacarés na praia.


A era de Aquárius, aquela da canção, começou ontem...rs*
Uma colisão de astros.
Poeira de estrêlas, na verdade,
alguns copos quebrados salpicados aqui e ali nesse céu de São Paulo.
Fumar na janela espiando a noite.
Tomar um conhaque.
Eu não disse a verdade a ela. Eu fiz um social.


- Putz, sabe o que eu quero?
Uma paixão escrita nas horas mais gostosas, quando o cheiro da
pele fica impregnado. Grudado.



*Vicky,Cristina Barcelona

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| Por Prensada | segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009 | 23:38.