AMARELO MANGA
A tela volta a ficar escura. Uma janela abre e enche de claridade um pequeno quarto. É Lígia quem abre a janela. Apesar de não ser muito bonita, seus cabelos vermelhos e sua pele branca lhe dão um ar exótico e estimulante. Ela tem o cabelo assanhado e os olhos inchados.
O quarto é bem pequeno e a janela é minúscula e alta. Um guarda roupa aos pedaços e uma penteadeira muito velha compõem pobremente o ambiente.
Lígia senta diante do espelho quebrado da penteadeira e se mira. Caminha até um salão cheio de mesas e começa a abrir as portas de seu bar. Mostramos ela arrumando o botequim. Algumas placas mostram preços e variedades de pratos ali servidos. Começamos a ouvir um off dela.
Off Lígia: As vezes fico imaginando de que forma as coisas acontecem. Primeiro vem um dia, e tudo acontece naquele dia até chegar a noite, que é a melhor parte. Mas logo depois vem o dia outra vez... e vai, vai, vai... é sem parar. A única coisa que não tem mudado nos últimos tempos é o Santa Cruz nunca mais ter ganho nada. Nem título de honra. E eu não ter encontrado alguém que me mereça. Só se ama errado(pausa) Ah! Eu quero é que todo mundo vá tomar no Cu.
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