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A escritora noturna embaralhou na mesa diversas palavras.
Montes de guardanapos.
Escreveu, recortou letras, a + b + c+ d. Todas sem sentido algum.
Escrever não deu certo. Então dançou pelo corredor.
Festinha privé no coração,
Morrison, Aretha Franklin e Nina Simone no radinho.
Jogou longe a caneta.
Sentiu a noite. O friozinho da varanda não incomodou.
Não precisou nem ver a Lua Cheia, sabia que era.
A eletricidade do fio luminoso do seu ventre vem serpenteando até aqui.
No oeste, a linha de lampejos das torres da Paulista.
Libra alucinante, vai queimando, vai iluminando,
vai amando, vai jorrando.
* Minha respiração voltou ao normal.
Quero ficar quieta, bem quieta.
* Imagem via Hirai
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