Olha pra mim, amor, olha pra mim,
Meus olhos andam doidos por te olhar !
Cega-me com o brilho de teus olhos
Que cega ando eu há muito por te amar (...)
Vem para mim, amor...ai não desprezes
A minha adoração de escrava louca !
Só te peço que deixes exalar
Meu último suspiro na tua boca ! ...
São os teus braços dentro dos meus braços
Via Láctea fechando o Infinito !
* Como é louca a poeta Florbela,
sempre suspira, geme , implora e chora nas páginas do livro de poesia
amarelado pelo tempo. Florbela é uma sensação a cada linha que tece,
numa finura de mulher de outrora. Mas a dor está sempre presente.
Uma alma torturada e sempre em renúncia;
a mulher portuguesa abnegada e apaixonada.
A formalidade e o preconceito da sociedade portuguesa
não vê a poeta como escritora. E ela desaba.
Tortura-se em tristeza e incompreensão. Não querem poetas-mulheres.
Quando finalmente encontra
a sua voz poética definitiva não aguenta tanta solidão.
Florbela D'Alma da Conceição Espanca suicida-se em dezembro de 1930.
E na minh'alma o nome iluminou-se
como um vitral ao sol
*** oi ?
o texto ficou todo rimado/português/antigo
* Imagem via Bear * Samuca Jr. ama Florbela, adora seus poemas de amor * sábado lindo !
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