No banho concluí que : quero ser a gueixa de alguém. Ficar aos pés, massagear as costas com um óleo cheiroso, lavar cabelos com shampoo. E depois, ficar algum tempo nua , largada e sentir o calor do corpo e compartilhar dessa delícia.
Tocar lentamente a carne e movê-la.
Agitar as células , imitando o acelerador que dirá se há jeito para nós.
A água quentinha e o relaxamento quase condenado pela humanidade.
Do pessimismo desenfreado para o encanto de um banho tépido.
Imediatamente, lembrei
daquela cena do teatro do texto da Elizabeth Bishop, adaptada lindamente há alguns anos.


Um poema sobre o lavar os cabelos da amiga. A atriz dizia um trecho do Banho de Xampu:

... "no teu cabelo negro brilham estrelas cadentes, arredias. Para onde irão elas tão cedo, resolutas ? - Vem, deixa eu lavá-los , aqui nesta bacia amassada e brilhante como a lua.

Elizabeth Bishop

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| Por Prensada | segunda-feira, 22 de setembro de 2008 | 19:23.