Há que voar neste tempo, aonde ?
Sem asas, sem avião, voar sem dúvida:
já os passos passaram sem remédio,
não alçaram os pés do passageiro.

Há que voar a cada instante como
as águias, as moscas e os dias,
há que vencer os olhos de Saturno
e estabelecer ali novos sinos.

Já não bastam sapatos nem caminhos,
já não servem a terra aos errantes,
já cruzaram a noite as raízes,

e tu aparecerás em outra estrela
determinadamente transitória
por fim em papoula convertida.





* 1973, Pablo Neruda morreu.
Fica sempre algum rastro do seus poemas na minha vida.


* The Moon and The Pleiades

Marcadores:

| Por Prensada | terça-feira, 23 de setembro de 2008 | 10:01.