Eu navego pelo Arquipélago de Tristão da Cunha como aquele outro capitão beberrão e arruaceiro. O mapa indica novos caminhos. Os Médicos sem Fronteiras estão com acampamentos, leitos e projetos em muitos países e ilhas conturbadas. Inclusive aqui no Brasil. E ganhei um mapa bacana e hiper atualizado e estou viajando tranquila. Tantos povos e costumes diferentes e curiosos.
Descobri nomes de países obscuros , fronteiras recentes e micro-estados. Bom, o homem adora impor limites, trancafiar e arrumar desculpas para brecá-lo numa estrada e pedir o documento. Vigia e pune o tempo todo. Quer sempre saber o número da sua indentidade. Fuga ou escape
sei lá que nome disso, gosto de olhar montanhas de longe , lagos transparentes ou sujos , oceanos e desertos , mas odeio fronteiras. As bandeiras são bonitas mas deveriam ser abolidas.
Vamos rasgá-las e queimá-las em fogo lento. Seriam bom baixar a guarda e deixar o povo ir e vir. Maravilha, nesse novo mapa-mundi não haveria aquela exposição ridícula e repugnante de revistar de uma forma ríspida um homem de olhos puxados que exibia um passaporte irregular.
E depois, como não haveriam fronteiras nem estados muito rígidos, o terror se encerraria.
Ah, bebi hoje a tarde duas cervejas e quase parti para a terceira, mas ...voltei prá casa.
Parti agora do porto de Santos, e fui seguindo pelo Atlantico sul até as ilhas de Tristão da Cunha. Minha primeira parada. Como estou desesperada para viajar , abro o mapa aqui na minha frente e sonho. África do Sul, Madagascar e Ilhas Maurício. Não sabia que as Ilhas Seycheles eram tão perto da Tanzânia.
Onde batem aquelas ondas monstruosas e onde antigamente os marujos doidos de vinho apreciavam sereias, tempestadas e afogamentos. Morte no meio do furacão.
E hoje, surfistas malucos vão deslizar em ondas super gigantes.
Seguimos em frente e nem pensamos no futuro.
O estar no mar já é um novo estado, deslizo.
Estremeço e sigo para ancorar em P.Elizabeth.
* Sabe o que há de pior na vida ?
Alguém te mandar prá Burkina Fasso.
Sei que hoje tem países africanos
em pior situação.
A crise financeira vai acabar de detonar
o continente africano.
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