Então, como ninguém sabe e ninguém viu, eu vou contar:
o pau comeu nas ruas coloniais de Paraty durante a FLIP. E pouco foi falado na TV e nos jornalões.
A segurança da Festa dos Livros e fiscais da Prefeitura fizeram um tipo de "arrastão" contra vendedores de livros. Jovens escritores e poetas tiveram seus livros "recolhidos". Não podiam vender suas obras naquelas ruas de pedra.
Repressão mesmo. Livros foram "confiscados" pelos zelosos organizadores da Feira.
Alegaram que eles não tinham autorização para venda e que a FLIP não era um evento comercial.
Os escritores foram na Prefeitura tirar uma autorização e desconversaram.
É prá rir ou prá chorar ?
Desde quando escritor tem que predir licença na Prefeitura prá vender livros em praça pública ?
Será que eles consideram que esses jovens escritores são camelôs ?
Vendem mercadoria roubada ou pirateada da China ?
Vendem poemas e contos. São tratados como bandidos e humilhados por uma Prefeitura que certamente tem interesse em filtrar quem frequenta a festa direcionada a gente endinheirada.
Não há nenhuma lei que proíba a difusão e expressão de idéias ou a comercialização de livros pelas ruas. O Governo Federal tem até uma Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003 que instituiu a Política Nacional do Livro e que, entre outras coisas define - " o livro é o meio principal e insubstituível da difusão da cultura e transmissão do conhecimento, do fomento à pesquisa social e científica, da conservação do patrimônio nacional, da transformação e aperfeiçoamento social e da melhoria da qualidade de vida " ; e vai mais além : existe uma Lei Federal pelo fim da cobrança de impostos sobre os livros.
Se não é um evento comercial e sim literário, porque a Livraria da Vila, as grandes editoras, Rede Globo, Unibanco e Itaú estavam todos lá ?
A FLIP é para gente que não leu um livro inteiro na vida e vai prá lá nessa ocasião,
por que é bacana e pega bem tomar um uisque com um livro na mão. Fica bem na foto.
Um pum prá essa FLIP.
* Imagem via Killing Bambi
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