Hoje é dia de ler poemas em voz alta,
mesmo que sua voz não seja boa.
Ritualizar alguma coisa pela manhã :
com frutas, flor ou amor.
Chamar a energia feminina, ervas e perfumes.
E quando a noite baixar, tomar alguns tragos.
Ouvir e olhar mais do que falar.
Bruxas, bruxas, bruxas, encantadoras.
* Imagem via Janitor of Lunacy
Marcadores: Meu querido diário de sábado - As bruxas modernas
*festa bacana com gente esquisita
Uma música vermelha, azul , negra.
Que jorra em todas as direções
Um mantra , um corpo
e te prende nas pernas.
Não se olha para um gato diretamente,
você tem que suavizar o olhar
para encará-lo.
Eu não sabia dos encantos dos gatos.
Ela vem sem medo , caminhando devagar .
Ela é quieta.
Ela não é Yoko, nem John ou Andy.
Ela tem um pouco de tudo naquela alma -
Você mal ouve ela falar.
Ela comunica-se com os olhos;
e quando abre a sua boca
é um mantra , vem ronronando.
* Imagem via Killing Bambi
Marcadores: Meu querido diário no mundo da gatolândia
todos grudados feito areia no meio dos seus pés.
No vão entre as unhas, aquele inferno negro no canto esquerdo. Muito feio.
E você já caminhou uns três quilômetros pela areia molhada -
atenta aos peixinhos que ficam cantando nas pequenas ondas.
E você naquele mantra das águas, caminhando siderada
ou navegando loucamente feito o pirata James Cook.
Bebendo cerveja no sol e rabiscando na areia uns desenhos, setas
e símbolos do livro antigo.
Siri correndo na beira d'água,
atropelo da onda que o leva para um refúgio.
Sim, sirizinho, é melhor fugir da gente.
Vejo passar , iluminado, o Barco Iluminado da Santa
hora do por-do-sol.
A Santa vai arrastando na maré aquilo que não presta,
lá pro fundo mais que profundo
e purifica na espuma o que tem que ser.
Vinha fazendo uma história na cabeça
pelos lados do Cambuci agora há noite -
com Ofelinha e Fernando Pessoa. Risos.
Desculpem a intimidade
( tudo por uma imagem que vimos na aula )
uma pintura.
Depois , próximo à Consolação já despenquei com aqueles roteiros de cinema americano,
com duelos de espadas, grandes tomadas de caravelas, canhões e mortos para todos os lados. Napoleão Bonaparte desembarca no Recife, vindo de Santa Helena
camuflado nos porões e cria a França Ocidental.
Um musical franco-brasileiro, com libreto e 50 atores em cena,
mais orquestra e coral.
* Imagem via Bear
Marcadores: Meu querido diário - Escrever e caminhar na praia dá nisso
Dia do Saci-Pererê.
Não dar muita bola para o Tempo.
E adotar o mantra existência passatempo.
Viver um dia, fim.Depois viver outro, fim.
Sem fazer muitos planos e pirações pro futuro.
Planos pro futuro ? Não tenho esse mantra.
Não quero. Quero o que vejo agora.
Na minha frente: essa bagunça do escritório , pilhas de livros e papéis por todo lado -
cheiro de roupa lavada e café.
Meu futuro é ir na cozinha olhar a panela e de repente sentir
que tô na Grécia em frente de um fogão à lenha.
Um instante só;
e já estou aqui ouvindo o ensaio dos vizinhos. Guitarra e sax.
Bom prá cacete.
E dançar olhando a janela, arrumando as plantinhas.
E pensando em ciclames , violetas e lençóis virados,
travesseiros !!!
Lua crescendo e umas conversas interessantes.
* Vontade de sol e praia prá caraleo !
O dia que eu enfiar o pé na areia quente da praia
vai ser uma puta emoção.
Mas a areia tem que estar pelando.
É uma das sensações que o meu corpo físico a d o r a.
Ah !
* Imagem via Observando
Marcadores: Meu querido diário - Para que contar o tempo - Lembrança da areia escaldante
Uma odalisca de calças vermelhas na pintura de Matisse,
naquele harém.
Parece bem confortável no seu descanso, recostada e
e sua expressão de rosto em poucas pinceladas,
consegue exibir sua personalidade forte
com uma rica carga de vida.
* Diz ele : "Quando estou com um novo modelo, somente quando ele se abandona ao repouso é que advinho a pose que lhe convém e à qual me submeterei como um escravo".
Um catálogo sortido de desenhos e poucas pinturas,
esse da exposição de
Matisse Hoje , na Pinacoteca do Estado.
Aliás, é muito legal ir no prédio da Pinacoteca, na Luz.
Apesar dos entornos bem avacalhados, fedidos e mal cuidados.
Viva a administração municipal de sampavelox cada vez mais abandonadex:
Kassab merece desterro vitalício no Afeganistão.
Os desenhos são absurdamente bacanas e contemporâneos, curti mesmo.
As pinturas , sei lá, não sou especialista nisso - Matisse é bom com vermelhos -
mas prefiro o outro francês, Cézanne.
* Odalisca com calça vermelha/ Odalisque à la culotte rouge 1921 *
( óleo sobre tela, originalmente fica no Centre Pompidou, Paris )
Marcadores: Meu querido diário - Pinacoteca - Visita com a moça do mundo dos gatos
Vontade que deu de andar agora de vespa em vielas tortuosas, cor de tijolo.
Roupas secando nos varais, crianças desocupadas brincando e banca de frutas.
Senhoras nas janelas , garotas voltando da escola.
Dá uma esperança olhar roupas secando ao vento.
* Há vinte anos entrei com um Mobylette ( ! ) na 23 de Maio feito louca.
Tenho testemunha viva. Oh yeah !
* Imagem via N.Y.City Lights
Marcadores: Meu querido diário - Ronda italiana ou em outro planeta qualquer
* clique para aumentar
* Imagem * Dita Von Teese, via La Coleccionista
Marcadores: Meu querido diário - A modelo e o gatinho
Aquilo que se fala na praia quando a coisa fica nublada demais.
Muito cinza e aquele baixo astral do lixo e da imundíce do percurso.
Acho que não recolhem os restos há séculos.
Daí , iniciei aquele meu mantra que me remove do terra-terra
e me faz pairar muitos centímetros do chão.
Voando por cima de montes de dejetos, camelôs e podridão.
Lá,lá,lá,lá,lá, lá,lá....
E, finalmente , casa.
Acabei de tomar banho, foi bem legal.
Nem parece que tô em sampavelox.
* Ilustração Safe Zone, Moonyk
Marcadores: Meu querido diário - Devaneio com sabãozinho cheirosinho
dava prá notar aquela cicatriz bem feia
até eu tinha medo de olhar
Tem gente que não a enxerga
mas ela estava purgando e bem visível
dez centímetros na vertical
costurada com linha preta
como macumba bem feita na encruzilhada
Sabe aquelas oferendas caprichadas, com champanhe rosé prá moça,
cigarros mentolados , alguns colares e espelhos , flores e perfume.
Imagina um despacho com perfume do Boticário ?
( Na bifurcação dos trilhos do trem do cais do porto,
era muito bom caminhar, quebrar as garrafas,
fumando beck e ouvindo música;
fazendo farra com os amigos que se perderam
lá na névoa da noite pesada e úmida do cais -
calorão de Exú mal despachado )
Tem uma hora, que as linhas vão se cruzando,
deltas de trilhos ,
e deslizam como se não tivessem fim
e você tem que escolher um caminho
É atordoante.
Trens com containers , farelos , soja ,
armas e drogas, putinhas quase crianças e mumba chinesa.
( Há poucos dias arrancaram esse fio nojento,
veio com sangue e pedaços de pele -
Encruado,tecido com paciência durante anos,
dissolveu-se .
Agora deixo a ferida aberta para o sopro, pros lençóis.
Arde um pouco , mas já respiro melhor. )
* Imagem Juan Angel Szama, via Bunnylicious
Marcadores: Meu querido diário - Despachei muita maldade
Toda vida deveria ter sete gatos.
* Lido num blog português há muito tempo
sem créditos de imagem, infelizmente
Marcadores: Meu querido diário - Ilustração - No mundo dos gatos
muitas imagens e desenhos dos egípcios;
pequenos hipopótamos de faiança
de azul intenso de lápis lazzuri
brotavam dos pântanos do Delta do Rio Nilo.
As esculturas surgiam e flutuavam
e quando se chocavam soavam como sinos,
faziam música espontânea.
Os pequenos hipopótamos boiávam em conjunto.
Na carcaça azul, pequenos desenhos de flores de lótus.
* O Hipopótamo tem, na minha teoria, contagem cromossômica poética:
dual , bipartido, gênero masculino , gênero feminino, tudo enfim
Benévola, coração descosturado,
atormentada com a sua força
e a sua fragilidade
Vive quebrando louças na cozinha,
ruminando gengibre e tomando café.
Quer berrar feito um louca na
hora do amor,
ver a kundalini subir.
* Fotografia, Metropolitan Museum
Marcadores: Escultura - Hipopótamo Azul do Egito - Um sonho com sexo
* clique para aumentar
Começou a maratona, 427 filmes.
Finalmente saiu um poster bem legal, paulistano e contemporâneo.
Os Gêmeos na fita.
Nos últimos anos, o critério da escolha era prestigiar artistas internacionais.
Marcadores: Meu querido diário vê cinema - Poster oficial - Os Gêmeos
Cada beijo é como comer borboletas
para que as matizes de dentro se libertem,
se debatam
no assanhar das asas (...)
* Beatriz Bajo
* Imagem via I Rush into the Secret House
Marcadores: Meu querido diário - Literatura - Poesia
Numa trilha luminosa
o caracol preso no galho
sua casca-casa festeja
a chegada das borboletas
Foto via Overflowing
Marcadores: Devaneio com o meu caracol - adoro esse bicho
Gladys Knight - If I were from Joey Tribiani on Vimeo.
Marcadores: Música - Gladys é um show
O elenco com o diretor * clique na foto
O poster que parece revista em quadrinhos
* clique na imagem
O roteiro de Quentin Tarantino mistura referências aos filmes de cowboys, índios e escalpos com a ocupação nazista na França e uma singular homenagem ao Cinema. Tem algumas homenagens a filmes de cowboys clássicos, quadrinhos, samurais e humor. Diálogos impagáveis.
Não entendeu nada ? Então vá assistir Bastardos Inglórios.
Tarantino retorna ao tema da vingança , por mãos femininas;
e do grupo de militares americanos ( os bastardos ) que conseguem desestabilizar o
comando nazista com ações brutais.
Se os nazistas são cruéis, porque os gringos não ?
Durante a Segunda Guerra, os alemães realizaram dezenas de filme de propaganda. E tudo gira em torno de um filme épico e sua exibição para a alta cúpula do Reich, incluindo Hitler na platéia.
Um elenco ultra-mega excelente com destaque para o melhor vilão dos últimos tempos: o cel.Hans Landa , interpretado por Christoph Waltz ( melhor ator em Cannes ) , que tem momentos extraordinários e a atriz Mélanie Laurent , numa atuação estonteante como a perseguida e vingativa Shosanna/Emmanuelle.
E ainda tem Brad Pitt / Aldo Raine e Daniel Bruhl /Frederick Zoller.
Uma puta trilha sonora, que é um dos toques do genial Tarantino.
E a conclusão do filme: aquela tatuagem na testa, sua obra-prima ?
Marcadores: Cinema - Um filme de Tarantino
Tarantino escolheu a música perfeita para botar fogo na cena final.Cat People (1983).
Trilha sonora pirada e do caraleo.
Marcadores: Cinema - Os Bastados Inglórios do Quentin Tarantino
Toda sua,
toda intensa,
toda nua.
Marcadores: Montreal Jazz Festival 2008 - Tribute to Leonard Cohen -
* clique na linda ilustração
e admiro a mulher como se fosse Gizé, a Esfinge.
Sem muito o que dizer, sou aquela turista atrapalhada com a câmera e o mapa.
Tão extasiada que abandono a câmera e só contemplo a região.
E o passeio do olhar é delicioso, com as tattoos e tudo mais.
Acabou de estourar a lâmpada do abajour - alta voltagem -
quando começo a escrever essas trêmulas e mal traçadas linhas.
Alguém explica aí o fenômeno ?
?
Não estou conseguindo medir a voracidade da mordida e da entrega.
Falar de amor aqui é escutar trovão, vento de 80 quilômetros por hora e chuva torrencial.
Buzinas e foguetório no Pacaembu em jogo de final.
Ah, Consolação, rua dos travecos, da Roosevelt , dos estudantes endinheirados e das celebridades do Cemitério.
A rua que vai do intestino de São Paulo até os lugares mais cheirosos do Jardins.
Um afago aqui não aceita conta-gotas.
Tem que ser rock'roll ,babe - com aquelas tatuagens todas.
E aí bate aquela sofreguidão e o ritual transforma-se
numa festança grega: Dionisio, Ares , Afrodite, Leminski.
Só não quebramos todos os pratos ainda....rs*
E recobro meu olhar até os palácios do Nilo, seu jardins e fontes,
aroma e sabor de sexo,
papiros , várias borboletas, incenso atordoante e flor de lótus.
O amor aqui em Sampavelox amanhece com o maxilar doendo,
os músculos exaustos e as espáduas em fogo.
*Absolutamente Yemanjá !
*Nefertite, Luxor, Karnak, Konombo, Philae , Abu Simbel/Ramsés.
* Tô bêbada !
* Ilustração David Roberts, Temple Gyrshe Nubia
Marcadores: Devaneio com o Egito - viagem de barco espaçonave e submarino - Maxilar doendo
Para escrever:
1.Cortar palavras.
2.Não usar gravata na hora de escrever.
3.Nem incensos.
4.Ouvir, mesmo que baixinho, a própria voz.
5.Abrir as orelhas para a rua.
6.Desconfiar daquele texto que sua mãe gostou.
7.Matar a família.
8. E ir no cinema.
9. Ler muito.
10.E reler muito.
11. Reescrever, reescrever, reescrever.
12. Ler os clássicos.
13. E os novos clássicos (contemporâneos).
14. Pirar.
15. Respirar embaixo d'água.
16. Reescrever,reescrever,reescrever.
17. Beber.
18. Viver.
19. Não se levar a sério demais.
20. Muito menos essas dicas,etc e tals.
* Imagem via Something Intellectual
Marcadores: Literatura - Marcelino Freire - Como escrever essa bagaça
Fernanda Montenegro completou 80 anos esta semana. Nasceu Arlette Pinheiro Esteves da Silva, no Rio de Janeiro, em 16 de outubro de 1929. Um talento unânime, Fernanda Montenegro é a grande figura do teatro e da arte no Brasil.Trabalhou em rádio, realizou 59 espetáculos no palco, 58 trabalhos na TV e fez 18 longas no cinema. Um triunfo total. Numa matéria para o jornal O Estado de São Paulo, assinada por Beth Néspoli, Fernanda falou de teatro, televisão, cinema, Brasil , envelhecer e amor. Tem uma clareza impressionante.
Alguns drops de Fernanda:
"Teatro é um prazer doloroso e viciante. Como intérprete, eu sinto necessidade de ser do tamanho do espaço teatral. Se estou em cena, tenho de preencher toda a capacidade da sala. Tenho de estar presente até do lado de fora do edifício teatral, na frente e aos lados do edifício. Quem se aproximar daquela arquitetura, tem de sentir que alguma coisa está vibrando lá dentro. Isso é uma loucura de minha cabeça, mas orienta meu trabalho."
(*O curioso desta observação é que como espectadora de teatro, sinto essa vibração do espaço teatral. O teatro é muito vivo se é verdadeiro. Agora se for caça-níquel , essa vida se perde e se dilui.)
"Claro que eu me importo ao ver que os meus olhos estão embaçando, que está sobrando pele nos olhos, pelanca no pescoço. Mas é minha vida. E tenho muito medo de perder minha vida. Não se o que as famosas puxadinhas poderão fazer de mim. Posso virar uma mulher sem idade e isso é um horror. Então, o que procuro é me pôr de pé. Tenho profunda vaidade de ter minha espinha no lugar."
"Um casal que se mantém é algo subversivo, inquietante no mundo de hoje. É um agressão ao grupo social. Acham que há uma farsa, uma venda de imagem. Incomoda muito. É muito difícil aprender o convívio com o outro. O par é sempre violento. Qualquer ligação, qualquer tipo de par é sempre atração e retração, dar e tomar, oferecer e recusar, prender e soltar, ir e vir. Esse jogo faz parte de qualquer casal, juntos há um mês ou há cem anos."
" O Brasil é assim. Se você durar muito, talvez até tenha de devolver para a previdência o dinheiro de quando se aposentou. A pensão não aumenta na medida em que você vai envelhecendo e vai precisando de mais socorro. Quanto mais você durar, menos vai ganhar. E isso é inadmissível."
"Sou de uma geração que foi feita para o futuro: ter filhos para o futuro, arrumar um bom marido para o futuro, ser um bom cidadão para o futuro. E deu nisso que nós sabemos. Então, a vivência do futuro se esgotou em mim. É isso que passo para meus filhos: "Lute por seu dia". Ele tem de ser bom , harmonioso. E se for assim, "amanhã será outro dia", como dizia Scarlet O'Hara."
Mais bacana e lúcida impossível.
* Imagem foto Revista Época
Marcadores: Teatro - Cinema - TV - Fernanda Montenegro
* clique para aumentar
Bom, parece que tá me olhando. Não sei por onde começar, amigo.
Mas as páginas do meu livro particular viraram de ponta cabeça e tô atordoada.
E então , amigão ?
O que eu faço com tudo isso que caiu aqui em casa ?
Meu lar tá pegando fogo e surgiu uma fenda no teto. Ela deslizou por alí , entrou pelos lençóis com um sorriso muito diferente dos outros. Ela está aqui na frente o tempo todo, inteirinha. Ela quer ficar aqui, aninhada e pronto. Um doce que não precisa de mel ou abelhas. Uma mulher que te toma pela mão e não fala nada. Ela é só te encara com aquele olhar do Mundo dos Gatos.
Ela tá aqui, amigão !
Quero tocar, cheirar, gozar, olhar essa beleza toda num grande travelling;
remover devagar essa linha preta e feia que foi costurada no meu peito.
Quero tirar esse cordões e os ferros, e jogar no fundo do mar.
Farei um ritual e levarei tudo prás ondas.
Só vou ficar com esse puta amor que eu cheiro no ar;
essa liberdade de voar com você prá Timbuktu e ser ducaralho.
Diz aí amigão, não é uma maravilha ?
* Escrevi depois de chegar do PPP, com pinga, cervejas e emoção forte em cima da mesa. Eu amo o PPP: parece um baú da velha hiponga, altos discos, garagem de antiquário, primeiro show da Elis em Sampavelox e onde conheci a T.
Isso já uma puta biografia para um bar da Roosevelt, a muderna.
Joguei uma sinuca muito ruim com querida J.
Ninguém joga nada, mas que é bonito é.
J. vai viajar semana que vem e vai se dar muito bem ( !!!! * * )
Vamos ao tarot ?
* Imagem Hawk, via Something Intellectual.
Marcadores: Devaneio com a mulher que tem olhos egípcios - PPP - Tarot
* Tinha um texto aqui neste espaço intitulado O Divã.
Foi removido à pedidos, e foi pro arquivo.
* Jane Fonda no filme de Roger Vadim
Marcadores: Meu querido diário - texto inspirado em fatos reais - Jogo de Damas
Bastet, desceu à terra por alguns momentos e me pegou aqui em Sampavelox.
* Imagem, infelizmente não tenho os créditos desta ilustração -
quem souber me dá um toque.
Marcadores: Meu querido diário - O Gênesis contada por uma gata
Há poucos dias em N.York , o cineasta espanhol Pedro Almodóvar falou no Times Talks, palestra promovida pelo New York Times sobre o processo de criação. Falou de arte, cores e travestis. E para uma jovem , cineasta iniciante, Almodóvar destacou:
" Escreva sobre o que te dá medo, sobre o que te dá vergonha, sobre o que você ama". E mais: "Escreva sem julgar , escreva sobre os outros. Escute conversas alheias, mesmo se as pessoas te parecerem estranhas. Ande de ônibus e de metrô e observe tudo. Lide com pessoas de diferentes profissões e idades. Não fique cercado por pessoas que tem a sua idade e fazem a mesma coisa que você. Aliás, fuja delas ".
Esse é o cara.
* Imagem via New York Times Magazine
Marcadores: Cinema - Criação - Escrever
* poema para ser lido em voz alta:
um tesão !!
Eles despovoam as superfícies e inventam
a geometria dos espaços, confundem
a pele com o Cosmos, nos jogos de água
do fogo e da madeira.
Desistiram de acreditar no fim
e no princípio
porque o tempo é eterno, e a pulsação
é teia de Luas contínuas
e cegueiras vivas de encarar o Sol.
Nativos da partida, gastam os passos
até o próximo Éden,
onde Eva, Adão e a serpente
serão provavelmente desconhecidos.
* Inês Lourenço
* Imagem Foto Richard Ford, via Black and White
Marcadores: Literatura - Poesia portuguesa - Devaneio com um abraço de amor
O sino do meio-dia na Consolação repicou em festa.
Dia da Santa.
E o sol forte formou todas as cores num lindo
caleidoscópio e
foi brincar com as crianças.
* Imagem via La Coleccionista
Marcadores: Feriado - 12 de Outubro - Fim de semana em Vênus - Não sei onde estou e prá onde vou
1.Esteja apaixonado
2.Comece a escrever * ( esse é foda)
3.Frequente a companhia de escritores
4.Contemple o mundo
5.Não perca tempo
6. Ouça música e contemple pintura
7. Leia sem parar
8.Não tente se explicar * ( esse é foda )
9.Ouça a sua vontade ( ou o seu desejo )
10. Rasure: a palavra destrói o senso criativo (*idem)
* Ilustração Dorothy Wall
Marcadores: Literatura - Não é fácil pegar um lápis e sair escrevendo
O cientista , Dr. Spencer Wells , um doutor em genética da Universidade de Harvard deu entrevistas em revistas e jornais médicos.
Eu já sabia, doutor. Prá mim não foi novidade.
Todos os humanos são conectados desdes os primórdios do caldo quente que era o planeta em tempos incalculáveis. Viemos todos da mesma esverdeada sopa maggi.
Origem semelhante, independente de cor de pele, sotaque , religião , hábito e costumes.
Então você bota um Tim Maia misturado com o maestro Zubin Metha, Gustav Mahler,
Paulo Coelho , José Dirceu , Amy Winehouse e Prince - todos juntinhos no sopão.
Puta bagunça !
Uma vez, essa velha hippie , assistiu um concerto de Gustav Mahler com o maestro Metha num lugar bonito prá cacete. Um puta tesão o DNA do maestro Metha. Aquele DNA que cheira a elevação e loucura boa.
O golpe partiu do palco, quando ele elevou a batuta e foi direto ao centro do meu plexo solar.
Já iniciei a Quinta Sinfonia nocauteada.
Todo o bairro do Brooklin, em N.York - considerado um lugar multi-etnico foi pesquisado ;
depois partiram para mais de 50 mil amostras de DNA de pessoas de mais de cem países , indentificou alguns marcadores genéticos.
Verificaram as duas vertentes e as duas apontavam para um ancestral comum. Os marcadores mostraram que , no Queens nova-iorquino, alguns vizinhos eram descendentes de uma mesma linhagem antiga, que remetia à Europa, à Ásia, ao Oriente Médio e, por fim, à Africa.
Viemos todos da África, o berço da humanidade, segundo o dr. Wells.
* Imagem via Something Intelectual
Marcadores: Devaneio com pesquisa genética - Tudo tem que ter um começo
As árvores começaram com essa moda de tatuar o nome da amada na pele.
* Fabricio Carpinejar via Twitter
* Imagem Drug Free Zone
Marcadores: Devaneio com tattoos - Uma árvore com o nome dela
* Um grande hit do Led Zepp,Black Dog, numa versão hiper bacana;
prá encerrar a noite ou começar o dia. Robert Plant.
Que delícia de som.
Marcadores: YouTube - O baú da velha hippie - Led Zeppelin - Robert Plant
Apontei lápis novinhos. Tiro da caixa da Faber Castell,nº6B. Adoro.
Depois abri o livro do Roland Barthes, A Preparação do Romance vol.1
Abri na página 176 e dei de cara com isso:
Lua da noite
Ele ficou com o torso nu
O caracol
( Issa ) , Haicai
Lápis virgens, chuvinha fina, encantamentos e caracol.
Tudo certo.
* Imagem La Coleccionista
Marcadores: Devaneio com haicai - Roland Barthes - Lápis para apontar
* clique no professor prá aumentar
Até o Professor Einstein revê seus conceitos de espaço-tempo.
Vai falar da energia do Amor, pirar e escrever poemas.
Descobriu que da ponta do lápis, grafite, brotava sonhos.
Tudo no cosmo, então, começou com um único poema,
sonho do Deus Poeta, que colecionava lápis,
borrachinhas perfumadas e coloridas
e ficava matutando o esboço do universo.
Escrevia que queria árvores, águas imensas, Sol, Lua
e planetas. Frutas e bebês.
E bichos bonitos e aqueles de dar medo.
Tudo que Ele quis se criou.
A Música veio depois.
O mestre está feliz com a descoberta que tudo gira,
rodopia e canta em torno dela.
Marcadores: Meu querido diário - Aula de física - Poesia
Engoli aquela onda perfeita, coube na minha boca.
A onda do surfista.
Uma reverência profunda dentro do templo.
Espumas, turbilhão e depois a quentura na areia.
Só um nome de mulher.
* swell: termo da turma da praia-surf, ondulação
* Imagem via Sine-Qua-Non
Marcadores: Devaneio com a Lua Cheia em Libra - Tarde de surf
te llevarán
por caminos de algas
y de coral
Y fosforescentes
caballos marinos harán
una ronda a tu lado
Y los habitantes
del agua van a jugar
pronto a tua lado..."
Alfonsina Y El Mar -
Poema de Ariel Ramirez/Felix Luna
A velha hippie aqui, ficou dolorida com a morte de Mercedes Sosa.
La Negra , como era chamada, é um símbolo fortíssimo de resistência as ditaduras sul-americanas, juntas militares, manuais de tortura, julgamentos sumários no Estádio Nacional , em Santiago e a brutalidade da repressão argentina.
Das atrocidades do Uruguai e dos militares brasileiros. Operação Condor.
Anos 70 .
Censura brutal aos meios de comunicação, repressão estudantil pesada.
No Brasil víviamos de slogans, Ame-o ou Deixei-o.
Muitos deixaram o país pela porta dos fundos, nos porões da ditadura, na loucura e no exílio forçado.
Mais um símbolo da minha juventude se vai.
Cantava com voz muito amplificada a poesia e os tormentos da América Latina.
Cantava a opressão e a luta permanente por direitos civis e a divulgação de poetas perseguidos, torturados e executados, que compunham lindas canções.
Poetas mortos de forma sumária no Estádio Nacional.
Cortavam-se as mãos dos artistas. E depois diversas balas na cabeça. Fuzilados.
Em algumas ocasiões tive oportunidade de vê-la nos palco. Mercedes era eletrizante e seguramente sustentou a esperança de dias melhores para os oprimidos sul-americanos.
Ela praticamente acompanhou minha formação estudantil e política.
Gran legado, La Negra. Hasta siempre.
Agora ouvimos Lady Gaga e achamos o máximo.
Marcadores: Meu querido diário entristecido - Mercedes Sosa
* clique na imagem
A escritora noturna embaralhou na mesa diversas palavras.
Montes de guardanapos.
Escreveu, recortou letras, a + b + c+ d. Todas sem sentido algum.
Escrever não deu certo. Então dançou pelo corredor.
Festinha privé no coração,
Morrison, Aretha Franklin e Nina Simone no radinho.
Jogou longe a caneta.
Sentiu a noite. O friozinho da varanda não incomodou.
Não precisou nem ver a Lua Cheia, sabia que era.
A eletricidade do fio luminoso do seu ventre vem serpenteando até aqui.
No oeste, a linha de lampejos das torres da Paulista.
Libra alucinante, vai queimando, vai iluminando,
vai amando, vai jorrando.
* Minha respiração voltou ao normal.
Quero ficar quieta, bem quieta.
* Imagem via Hirai
Marcadores: Meu querido diário - Tudo muito muito muito -
* clique em ( L ) prá aumentar
Perceba a Fada renascida hoje.
Aqui neste jardim, nesta manhã.
O sol todo, infinitas coisas,
árvore carregada em lilás.
Dia consagrado à adoração.
* Foto via Yoshiko
Marcadores: Meu querido diário - Desembarque na Estação Fada
Outubro.
Amanhã entro em outra dimensão,
saio desse deserto miserável, tenso e brutal.
Serei levada para o Templo da Grande Deusa,
E ela estará lá: bela e mágica. Divina, potente,
o Mistério da Rosa, resplandecente.
Mil noites e uma noite.Deusa.
Não cesso de sonhar.
É só uma visão ?
( e logo cairei no meu escritório bagunçado ? )
* Imagem via Bear
Marcadores: Meu querido diário - Devaneio com uma fada deslumbrante