Ô beleza de trabalho bom.
Parece que fiz tudo certo,
tentei escrever sem muito ensaio
subi no palco pá improvisar.
Depois de mais de duas mil postagens
o Prensada ! chega ao fim.
Alla qui me lóki.
Encerro esse tempo - 2007/2011.
preciso iniciar outras coisas.
Esse blog é muito amado,
descobri que podia escrever
feito repentista nordestina , de improviso.
Aquele doce de coco caseiro ,
com dias de fúria e bebedeiras.
E retorno a abril de 2007:
Peço ao dono do terreiro,
Santo Padroeiro do Mundo Virtual
que abençoe essas mal traçadas linhas.
A menina das fotografias bonitas
dá um abraço e beijos
e se arrepia toda.
Tudo foi bonito aqui.
*a vida continua com vontades novas.
http://www.prensada.com.br/
****** Meu arquivo de imagens disponível no Tumblr.
http://www.prensada.tumblr.com/
contatos:
lily.brick@uol.com.br
* Imagem via inteweetion
Marcadores: Meu querido diário de bordo - The end
um minúsculo papelzinho guardado no caderno
um brilhareco de memória
lembrei a senha da porra do feice
no confusão de reforma
e duas mudanças ficou tudo embolado
easy : agora posso escrever bem rapidinho minhas
besteiras e não esquentar muito a cadeira
expor minhas intimidades para a Família...
( descobri até um primo ...rsrsrsrs )
hastear a bandeira Pirata
tomar minhas bebedeiras
e mandar todo mundo pro inferno em grande estilo
pesquise patricia carvalho
e verás como sou adorável
* Imagem filme do Goddard , via this isn't happiness
Marcadores: Meu querido diário de bordo está no Facebook - acho que hoje o mundo acaba
* Imagem via arquivo Prensada by tua mãe gosta
Marcadores: Meu querido diário de bordo - Em faxina - Passa no caixa e paga com cartão de débito
[tenho a impressão que estou sempre sendo seguida por alguns ciganos]
Chuva de meteoros de bom tamanho no próximo fim de semana.
O espaço perto da Terra será cercado por bólidos quentes durante 48 horas.
Parece alguma coisa hardware.
"Houve tempo em que éramos julgados, em parte, pela capacidade
de interagir com nossos companheiros de espécie biológica;
hoje celebramos esses esquisitões gênios como Mark Zuckerberg.
O mundo em que a presença física está sendo abolida,
e o olhar nos olhos é uma forma de assédio;
Não saber se expressar é Charme hoje e o autismo verbal é Virtude.
E esse impulso quase incontrolável de sacar a câmera digital ou celular
e fotografar as coisas mais cretinas.
Registram tudo e todos e não vivem nada."
[Registram a rabada com agrião da Dona Onça ! -
pitaco meu]
Nasci analógico e vivo emigrado no mundo digital
Não me refiro à tecnologia,que é legal, e sim à cultura
que despreza a palavra.
O mundo em que eu vivia ( e vivo ainda ) é anacrônico e antigo.
Um mundo de uma longa estante de livros não existe mais.
Um pensamento assustador." *
[Hematoma grande no braço esquerdo]
Era para pintar a porta da cozinha de uma cor
e acabou em outra. Insegura e tonta.
As pastilhas do parapeito despencaram
nos anos 60. Vão ser repostas sei lá quando.
Quero mais cheiro de verniz, a junkie.
Embarco, vou ao mar, o ar é úmido
avanço , saindo, entrando, recolhendo cordas
olhando a vista possível daqui
sonhando também um pouco
ainda que restem detalhes
tantos portos e embarcadouros
um bom mapa e comunicação instantânea ( ? ).
Cansaço dessas merdas da cidade.
Tá todo mundo com medo do coração arrebentar em dois pedaços
nessa terra da desolação tuitada.
Avançamos com gosto de café sem açúcar na boca.
Muita dor :
descobri que fico com voz grossa quando fico puta.
Bagunça na cozinha:
o último a sair foi o Capitão,
que levou na mão a mochila da garota.
Despediram-se com um abraço com três
camadas de lã e casaco,
e um beijo no rosto.
E foi assim que terminou a história.
Sem promessas, choro convulsivo ou tapas na cara.
Terra firme enlouquece !, berrava eu -
recolhendo a âncora,
querendo mar aberto.
* Imagem deliciosa de sampavelox by kassá,
Marcha das Vadias
* Trechos da entrevista ao Estadão, na coluna de Lúcia Guimarães,
do escritor russo-americano Gary Shteyngart.
Seu livro, Uma História de Amor Real e Supertriste ,
já está nas livrarias.
Marcadores: Meu querido diário de bordo - Ovos Mexidos de tudo - Gary Shteyngart
A moça bem que amansou o Capitão,
que amanheceu em silêncio e sem habitual rádio
com aquelas músicas velhas
e gritos na janela para espantar essas pombas nojentas.
- Meu Deus, quem ouve hoje em dia músicas de balé ?
A moça disse que balé em geral é chato prá caraleo.
Ela olhou a coleção de cds do Capitão e reprovou.
O Capitão riu bem alto e tascou um beijo na garota. Fez isso na minha frente.
O Capitão ficou no convés do lado da janela, bebendo café e fumou um cigarro
que ele mesmo armou.
Tabaco holandês, coisa fina.
Olhou um tempo o embarcadouro e o movimento quase nulo.
Embarcadouro ruim esse, sampavelox.
Foi para o radio e botou um cd do Hendrix.
O Capitão é da Galícia e é coroa.
Já escrevi isso aqui ?
Quando está na terra dele , costuma vestir botas de caminhada
e fazer duas vezes seguidas o caminho sagrado,
mas nos sentido inverso. Porque na cabeça dele , tanto faz.
Não vai com livro, reza ou bíblia , mas segue nas terras espanholas
pelo prazer de olhar os caminhos e topar com semelhantes,
os andarilhos. Beber vinho, água pura e dormir ao ar livre.
Hostal para passar a noite com uma moça de olhos claros
e falava croata.
Seus Amores e Fúrias crescem ali e volta para o mar,
para navegar com essas potências. Amor e Fúrias , perguntei.
Amor e Fúria combinam como na mistura café com leite.
Hora do café !
O Capitão acendeu carvão com salvia , também jogou um pouco
de perfume para agradar a mulher que trouxe para o Barco
e percorreu os pontos cardeais.
E Hendrix estava no repeat.
Amor e Fúrias, amém.
A moça exalava o seu cheiro natural de fêmea jovem
embolado com sabãozinho branco.
Fumava quieta cutucando as cutículas.
Parecia uma missa essa cena.
Amor e furias
aqui pela cozinha seguindo para a Cabine
um múrmurio grosso e risos.
O Capitão e a moça estão nús na cama.
O som do gozo dentro do mar.
Um forte perfume de sabonete novo de lavanda.
A moça tomou um banho quente de meia-hora regulados no cronômetro do Imediato.
E agora enfilerou todas as plantas e flores do Barco na janela ,
está lá sacudindo os cabelos
nessa friagem.
As plantinhas e vasos sofrem.
Sampavelox não é um bom embarcadouro,
que dia vagabundo.
* só bem tarde da noite desembarco,
para olhar as luzes e beber alguma coisa
* Imagem via anchors away - mil vezes <3
Marcadores: Meu querido diário de bordo - Acho que vai virar um livrinho - Risos
Som no computador de bordo : Quince Jones, Soul Bossa Nova*
E o Capitão iniciou uma dancinha na cozinha fazendo salada
de rúcula, alface, tomates grandões, ovo cozido.
Também esquentou com cuidado numa grande panela pedaços
de carne para fazer sopa.
Vai desfiar a carne numa tábua em fiapos.
A carne ainda pelando. Está esperando o Inverno.
Ele não permitiu que eu fosse para a cozinha no almoço.
Estava inspirado para a cozinha, nem sempre é assim.
Fez um macarrão de forno com o que pescou na geladeira.
Pedaços de frangos, carne moída, carne de porco, legumes,cogumelos,
ervilhas, ovos. Comemos bem.
Eu sou tudo aqui :
Marujo, Imediato e Escriba não tenho o que reclamar.
Temos vinhos bons e aquelas comidas de espanhol.
O capitão é da Galizia.
E o Barco, essa delícia que cheira a madeira de verniz marítimo,
anda bem festivo, como se tivesse bandeiras hasteadas -
O vasinho de pimenta roxa balança mas não cai;
roupas no varal de todas as cores
longos dias de sol e secura do ar
( mas entraram algumas abelhas e um maribondo
que gosta muito de mim )
Muito bom para lavar roupas de Inverno.
Cozinhei algumas coisas,
Bebi todas , graças a Deus;
Lavei, limpei e deixei em cinzas ,
papéis velhos de vinte anos atrás.
Traqueiras e souvenirs foram selecionados
por importância , lembrancinhas de outros portos
e embarcadouros.
Doei para um arquivo do centro da biblioteca municipal
Mario de Andrade fotografias velhas,
fitas, medalhas, cartões postais ( ! ).
Incinerador neles ?
Um monte de coisas do passado.
Dentro da Cabine do Capitão,
Ele me ordenou que botasse fogo em diversos sacos de papel,
e tudo misturou com carvão.
O tempo fechou agora há pouco, cinza carregado
e o ar está frio.
O vento do inverno voltou
sair do Barco e entrar no metrô é tão arriscado quanto
cruzar o Cabo Finisterra.
Mas vou em frente, diante desse horror -
o mundo avança e o metal organiza-se*
Gonçalo M. Tavares
E as frases ficaram longas demais e eu aborrecida
Tenho que cortar muita coisa mas não esqueço
da ganância.
Porque acho que buraco do homem
é a ganância.
O buraco do cú tem que ser peenchido constantemente
com ouros.
George Bataille ?
O marujo tá muito louco com marijuana da Índia,
aquela que a Rainha Vitória gostava de pitar
para remediar suas dores. Eu li isso na Trip da Maconha.
tenis verde escuro maneiro
whatever floats your boat...
não sei de onde veio esse tenis verde.
* Imagem via livedoor jp
Marcadores: Meu querido diário de bordo - O verão do Inverno - Lavei roupa prá caraleo - Ganância
E não encontrei um nome para batizá-lo.
E também não tem bandeira, ainda.
Vou pensar nessas coisas por aqui.
Risos.
É muito importante para a navegação
não quero viver num barco sem nome.
Fico fora alguns dias, tomando sol nas pernas
- se tiver sol -
lendo, escrevendo e espiando as ruas aqui por perto.
Câmera.
Pena que não estamos em Galápagos, mas em sampavelox.
Preciso de uma câmera, alguém me empresta ?
Não tenho grana prá investir nisso agora.
Quero sair com um roteiro e fotografar prá botar no diário de bordo.
Muitos livros aqui. Quase vinte na cabeceira.
E um entra e sai de igreja aqui no Barco.
Umas bagunças...rs*
Muitos esboços e frases nos cadernos.
Pilhas de papel que eu não sei de onde chegaram.
E tive uma crise com a pilha.
Câmbio.
Desligo por hora.
* Imagem via Pedro M.
Marcadores: Meu querido diário de bordo - Embarcada e com vinho
Pensando bem prá que diploma ?
Jornalismo corrupto leva os escribas para a liquidação final.
Uma esculhambação.
Melhor ler poesia.
O mundo, o mundo
bom, o mundo é repelente
e uma obra-prima
( putz, quem escreveu essas linhas ? )
*Políticos ou sociopatas sem consciência ? ,
escreve um sociólogo moderno
( putz, qual sociólogo ? )
Ladrões sem vergonha.
Tem medo de falar a palavra ladrão ?
Na minha opinião de marujo de segunda classe,
quem rouba é ladrão.
Em Brasília todos são inocentes
todos são cúmplices ,
já bradava Nelson Rodrigues.
Lamento escrever nesse sítio sobre temas tão indignos,
portanto, voltamos correndo ao Barco, depois de poucas
horas cumprindo tarefas em terra.
Como é bom ir à bordo, sentir o cheiro da madeira,
ficar à vontade e relaxar em silêncio.
Marcadores: Meu querido diário de bordo - Brasilia fede
então a Baleia que passou pela minha janela da cozinha ao meio dia
me disse que que existem locais na terra que se tocarmos a água do mar com um único dedo,
haveria uma modificação de elementos e tudo fica contaminado.
Com a água da torneira correndo, e a Baleia passando diante de mim,
imaginei que desastre seria tocar uma onda com os cinco dedos;
ou então, me jogar inteira no mar, num impulso.
E também revelou , em voz muito grave ,
que o mar não tem peixes
para serem fritos na frigideira com óleo de girassol.
E depois de rir muito da revelação, fiquei melancólica.
Tudo parecia tão real, que dei graças a Allah de estar longe de uma praia,
apesar de estar navegando no Barco.
* Imagem by Quint Buchholz
Marcadores: Meu querido diário de bordo - as vezes navegar provoca alucinações -
acho que acordei agora, muito descansada
já entramos quase pelo fim da tarde
início da noite e vou andar para esticar os Ossos.
sem agenda, sem relógio biológico
sem fome de comida
o céu ainda está claro mais dez minutos e não estará mais
o banho foi lento e meio esquisito
porque fico falando sozinha
mas aproveitei bem a água quente.
E lembrei debaixo d'dágua do sonho dos garotos rezando.
Com alguns trechos do Alcorão Sagrado que encontrei
no escritório do dono do Barco
aquele lugar que eu não consigo por em ordem
mas encontrei livros grandes de capa dura com mulheres nuas ( arte )
Religião não é comigo. Mas eu me ligo mais é na literatura religiosa.
Muita viagem para um marujo só.
Da Surata 3
29. Dize, Muhammad:
"Se escondeis o que há em vossos peitos ou o mostrais, Allah o sabe. E sabe o que há nos céus e o que há na terra. E Allah, sobre todas as cousas , é Onipotente.
30. Um dia, cada alma encontrará presente o que fez de bem e o que fez de mal; ela almejará que haja longínquo termo entre ela e Ele. E Allah vos adverte dEle. E Allah, para com os servos , é Compassivo.
31. Dize: "Se amais a Allah, segui-me , Allah vos amará e vos perdoará os delitos". E Allah, é Perdoador, Misericordiador.
* ELe: o mal cometido pela alma
Toda vez que piso em terra, fico enjoado/a
como daquela vez que vi aquela mulher
e a vida ao redor parou.
mas isso é para outro caderno*
- novo -
lápis grosso
caneta com pinta de coreana
* Imagem via Thomerama
Marcadores: Meu querido diário de bordo - Boa noite com caderno novo - Embarcada e em grandes produções
Completamente ansiosa prá assistir o documentário sobre Serge Gainsbourg.
Não confio na minha agenda.
Minha agenda não funciona bem,
mas nesse caso, minha intuição grita:
vai sua louca !
inventei histórias como aquela que quando lavava minha louça do café da manha, dentro do barco
espiava as janelas do convés da cozinha -
que eu abri mais de forma definitiva para avistar mais céu
a cozinha ficou mais escura por um momento
olhei para a janela e desfilou diante de mim uma Baleia cinza escura
e eu dei um grito de inacreditável -
seus olhos eram cor de amêndoa
e ela tinha perdido sua agenda também.
Preciso contar essa façanha para o Capitão Acab.
Vou subverter o Moby Dick.
Uma baleia grandona nadou ao lado do minha Casa-Barco.
Eu vi, mas não matei. Só acenei e dei risada.
Tá virando um caso patológico mas já incorporei e tô me divertindo.
Tudo tem cheiro de madeira, porque hoje vivo num Barco.
Sonhos recorrentes com um teatro
em pleno espetáculo
saguáo, bastidores , palco
coxias
Uma atriz passou que só vendo , no sonho, muito apressada -
com um excesso de perfume doce - escutei seu diálogo no palco
que texto era aquele ?
Dormi novamente, e sonhei com garotos que rezavam o Alcorão,
muito concentrados.
No registro de Bordo:
A Baleia cinza com olhos cor de amendoa
passou ao largo do meu barco, de manhã , perto
do meio - dia
depois de testemunhar o fato
corri para o escritório do Imediato
do Capitão.
para descrever no caderno a tal visão.
Preciso resolver essa coisa de Barco e Baleia.
Serge Gainsbourg, um documentário.
Disseram que é um belo trabalho, que mistura
elementos de documentário, ficção e cartoon.
Depois eu comento.
Marcadores: Meu querido diário - O barco a baleia a agenda e Serge Gainsbourg
Vão prá puta que pariu:
Peixe Urbano, Linkedln, Feice, Orkut.
Sem contar o Echo, essa porra de editor de merda.
* Imagem deliciosamente pirata via honey bear
Marcadores: Meu querido diário - Fustigada por ventos fortes ainda não desembarquei
Marcadores: Meu querido diário - Um domingo de hai-cais e doces
<3
não precisa de óculos 3D
* Imagem by Frederik Hansen via Thomerama
Marcadores: Meu querido diário à bordo - Embarcada e de croc branco
também quero levitar, seduzir as moças
e advinhar o futuro.
minha pedra é ametista ,
minha cor o amarelo...
[ tinha uma frase curta, mas removi
porque sou super censurada - risos ]
mas confesso, meu bom Walt,
os prazeres do céu estão comigo,
os pesares do inferno estão comigo...
tão certo como o sol nasce aqui pelos lados da região central,
Cambuci , Vila Buarque, Bela Vista. Amém.
Não tô.
* canção do João Bosco:
um talento, uma delícia.
* mail: prensada@gmail.com *
essa porra de Echo não funciona prá mim...rs
e olha que sempre faço rituais e oferendas ao Deus Mercúrio.
* Imagem via rain & fall
Marcadores: Meu querido diário - Não tô - Fazendo magias porque sei que sou sublime
* Samuel Beckett graffiti by Alex Martinez, London
* Imagem Bruce Springsteen and Clarence Clemons * RIP * via pipoca moderna
* Imagem via booklover
* Imagem via observando
* Imagem by jesuscm
Marcadores: Meu querido diário e o rinoceronte amarelo
fiquei te olhando hoje durante o café comprido
num quase ritual de tentativa de escrever
e vivo escrevendo frases curtas
e títulos , por exemplo:
O que colocar numa caixa de primeiros-socorros ?
Foda-se Kassab.
Morram engasopados !
Vou aprender a fazer feijão preto bem tesudinho.
Todos os deuses são africanos -
o nascimento da civilização
vem da fonte negra
e depois
Roma , Jerusalém e rock'n'roll
Wake up little Susie.
Susan Sontag, boa santa, diários.
Nós não temos a hora certa, Leonilson.
a beleza salvará o mundo, um livro, título
concentração zerada, muita cerveja e blábláblá.
[ cinema, pipoca e coca - prefiro ]
António Zambujo * onde anda Dorian ?
Jim ! Já senti formigamento
e ficou mais fácil
só me apareciam linhas pontilhadas...
como um caminho, com diversos pontos
de passagem, estreitos ou mais largos,
montes de pedras , ossos , fragmentos
aquela louça lascada , bacias de roupa amassadas ;
o poeta que vai atrás dos místicos,
Passam pelo tratamento da noite
e sua química noturna e agora despertam.
Também estou de passagem pela noite,
Fico fora um tempo, ó noite
mas volto de novo prá você e amo ...
Walt Whitman
Dos loucos que experimentam o ato, Jim.
Poesia é ato.
Cobertos de folhas , despencadas das árvores
( com mais de 90 anos )
como me disse uma voz suave
que veio de não sei onde.
Jim foi para a floresta que ando
quando viajo pro meio do mato
Então te levei hoje prá lá Jim,
um pouco longe eu sei,
mas lá dá para respirar bem melhor e tentar ouvir música.
Aqui onde estou só tem ruído, barulho, zumbidos
ou propriamente gritos de dor e agonia.
Não dá para ouvir mais nada.
Nem telefone, xô.
Então fui embora um pouco e peguei no teu braço
Eu via tudo , cheirava tudo, farejava o ar.
Pronto para rituais aqui no lápis e papel ?
Jim, claro.
Poesia é um ato.
contato:
prensada@gmail.com
o echo não funciona prá mim, tá travado novamente
* Imagem via like a hurricane
* Imagem via Observando * to procurando uma imagem Bonita do Jim.
=)
Marcadores: Meu querido diário - vai para o parque e deita na relva verde
Posso até escrever besteira aqui, mas sinto que os Stones são bem legais nos vídeos que circulam por aí.
Não sou crítica de nada.
Tenho grande prazer de assistí-los no computador e na tv.
O som do cd é legal - tenho vários aquivos da banda,
mas não são os meus preferidos.
O curioso é que quando no rádio,
algum programador consegue enfiar um
rockinho deles, fico encantada.
Os Stones são uma grande banda.
Um show prá nunca esquecer. Vê-los ao vivo é cumprir uma meta espiritual.
Os velhinhos ( ! ? ) são maravilhosos.
Grandes canções e rocks,
um beijo de língua, lábios,
cigarros na ponta dos dedos
e banhos de chuva grossa.
Vi o show Tattoo You
tava uma chuva torrencial no Pacaembu -
nuvens e trovoadas,num gramado encharcado
e cachoeiras pelas arquibancadas.
guitarras do Ron e do Keith , aquela exaltação satânica de
ritual de fecundação.
entendeu ?
Do baú da tia, velha hippie :
Só lembro que chovia demais & friiioo ,
eu estava
com um casaco branco com capuz e um
cachecol dos Stones preto.
Eu praticamente estava vestida de pirata.
tinha alguém comigo
( uma moça ) e nós curtimos,
não sei como cheguei em casa, no litoral.
Isso faz tempo, década de 80.
=)
Marcadores: bitch - Bota prá fudê, Meu querido diária - Yeah
e vamos conhecer Alberto Pucheu:
é boxeador e poeta ( muito bom ! )
autor de "A Vida é Assim " (Azougue Editorial ) e
"Ecometria do Silêncio " ( Sette Letras ), entre outros
Tanto silêncio no ringue, no ringue
e na fome, tanto burburinho zoando simultaneamente,
que não posso distingui-los. E mesmo antes dos golpes
na cabeça, e mesmo antes de qualquer golpe
revolvendo as entranhas pelo avesso
( antes dos 4.500 quilos de impacto ),
e , mesmo antes, tanto silêncio no ringue,
no ringue e na fome,tanto burburinho zoando
simultaneamente, que não posso distingui-los.
O ringue é o ringue, a fome é a fome, mas no ringue
(como na fome, como na fome do ringue, como no ringue da fome )
o silêncio é silêncio e burburinho,
e o burburinho é silêncio.
Quando, no canto do amparo, sentado, curativos imediatos,
os segundos trabalhando a meu favor, a respiração em busca
de um ponto pacífico - , ouço a voz nítida do treinador
se erguendo do alarido da multidão e de ninguém,
não a escuto como um mandamento:
infiel e pecador, poderia traí-la. Escuto essa voz desenrolar
as últimas ataduras que envolvem o punho do meu coração,
espremê-lo ao sumo,
ao ponto de o gosto do sangue ( de o gosto da fome ) brotar
espremendo as gengivas por entre os dentes e o protetor,
me dando a certeza de que o próximo soar do gongo
será o último badalo com o qual meu adversário sonhará
antes de beijar a encardida lápide da lona.
A voz do sangue, o sangue da voz
* Imagem by Megan Caros via honey bear
Marcadores: Meu querido diário queria lutar boxe - Desenferrujar as engrenagens do corpo
TS Eliot's manuscript for The Waste Land , with corrections by Ezra Pound and Vivienne Eliot
via Artemis Dreaming
Está com vontade de soltar o verbo ?
Utilizar as palavras no drama,
no conto , poesia, histórias infantis ,biografias ?
Virar um ghostwriter ?
Escrever para teatro e televisão ?
Tudo é possível e impossível
endireitar o torto
ou entortar de vez , yeah !
soltar aquele grito de dor atroz
com consoantes e vogais
escrever para sentir a respiração
mergulhar em outras paradas
dopada de minúsculas letras.
vai lá
http://www.oficinadeescritacriativa.com.br/
Marcadores: Meu querido diário - Oficina de escrita -
tanta coisa que não dei conta
dor nos nervos, nas juntas
na sola do pé
só os olhos não doem , porque a Lua está quase cheia
O coração ?
o coração tão borrado de vermelho
que o artista quer pintá-lo
um dia vamos dançar em volta do quadro
vinho ! guitarras, festinha de teatro.
antes um amor intenso
que ar rarefeito
vai do cinza , bege ( ! ) ao violáceo
acho que o céu de sampavelox tomou uma pílula de e.
e as paixões e os afetos ?
tudo bem louco, mano.
fim de tarde cheio de labaredas cor de laranja no céu -
vou caminhar até a padaria,
sem precisar levar óculos escuros;
depois vou massagear meus pés com
óleo de arnica.
* Imagem via Intweetion - Edie Sedgewick on the phone at the Factory
[ blog, volto devagar ...
muitas coisas no mundo real prá
desenrolar ]
com poesia de Yehuda Amichai
nascido em outros tempos
Alemanha, 1924
lutou no Exército Inglês durante a guerra
1942-1946
Dramático e irônico, moderno
ligado nos infinitos tempos do passado -
erotismo, perda, encontro e desencontro
guerras e mortes, e é claro, Israel.
O raio da bomba era trinta centímetros
e o raio de seu alcance efetivo sete metros
contendo quatro mortos e onze feridos
e ao redor deles, num círculo maior
da dor e do tempo, estão espalhados dois hospitais
e um cemitério.
Mas a rapariga,
enterrada no lugar de onde veio,
há uns cem quilômetros daqui,
aumenta bem o círculo.
E o homem solitário chorando essa morte
nas províncias de uma terra do Mediterrâneo,
inclui no circulo o mundo todo.
E vou omitir o prantear dos órfãos
que alcança o trono de Deus
e vai além, e amplia o círculo
pro sem fim pro sem Deus.
* Imagem via fuck yeah, Owls !
Marcadores: Meu querido diário - Fim do dia em sampavelox - Ceu cor de k-suco rosado
Boa noite:
mil coisas que o Capitão quer contar,
mas que não sabe como começar.
Meninas bonitas e tudo azulado.
Mulheres vestidas iguais, com vestidos colados
e cabelão.
Garoto tímido e bêbado dançando sozinho na pista.
Eu fiquei sorrindo prá ela e
num momento ela pegou na minha mão;
bebeu da minha coca,
quebrou um copo -
e derrubou vela quente na minha perna.
Risos,acho que foi um ritual.
Fui torturada lentamente até as 4 horas da madrugada.
Ela gosta da Madonna e Elizabeth Bishop.
Festinha legal com DJ mano racionais
que mandou bem com black.
Marvin Gaye, Elza Soares, Jacksons ,
Simonal, Martinália.
A tia curtiu como dizem naquela rede social.
Social ?
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Hoje , domingo do Capitão
com Borges, Jorge Luis
Posso ser tudo agora, sim sou como ele.
Posso ser táxi com música que não aborrece -
um sino de bronze e anjo despencado na madrugada -
uma garota jogada na rua, desmaiada.
Na única lanchonete aberta no quarteirão -
uma fome de Luis Buñuel.
Vontades de Dalí.
Rinoceros.
No externo o Capitão observa que tudo está desolado.
Terra devastada ?
O clamor dos desabrigados é silente.
Não se ouve um grito, nenhuma reclamação.
Só o barulho de alguns carros
movimento escasso
[ salvo para o ruido dos meus maxilares
que rangem até perder a linha ]
- o que mais escrever ?
Dormir.
O frio intenso desabou novamente
sobre as aves que pousam no prédio
perto do meu telhado.
Passarinhos.
Elas cultivam as amizades do ar,
quase uma canção de Jade.
Freeway Jam, Jeff Beck , 1975
Marcadores: Meu querido diário - Tô de saco cheio desse blog
três eclipses em poucos dias
eu danço conforme o Sol, tão quentinho agora na janela;
danço conforme a Lua, que me deixa aflita de tão bonita
danço mal, sei
mas vou de encontro
com o que eu quero
Quero ouro , prata
e tudo que é fortuna -
quero o novo.
Sei que o mundo é todo louco,
mas foda-se.
Quero tudo amplificado neste instante
minha vida toda aqui é jazz,
um improviso que dá certo
morro as vezes [ morri ]
mas a vida tá aqui , tinta, pincel.
medeski , martin & wood
quem ama vive inventando
=) * Imagem via sweet home
Marcadores: Meu querido diário - Eclipse parcial do Sol - Para abir a porta recém pintada