Andei muito tempo atrás daquela estrêla
que não encontrei.
Um dia até pensei tê-la avistado quando
eu fazia a curva da praia
e olhei para a cadeia de montanhas, sem nenhum brilho especial.
No horizonte sim, uma festa de navios ,
estrêlas artificiais.
No alto céu , havia uma nebulosa, sei lá qual ,
só os astrônomos para sabê-la.
Uma mancha clara dissolvida entre nuvens
e ilusão.
E você pode imaginar a solidão de caminhar
na praia no fim do dia.
Talvez seja a pior dor da vida caminhar aquela hora azul,
quando a noite dissolve o dia.
O milagre brutal da natureza.
Pequena baía , ondas curtas e arrebentação.
Não dá para escrever um fim do dia na praia:
a funda sensação de que a vida é limite e tempo.
Cheguei na Ponta da Praia: um mergulho na dor,
água fria e montes de peixes mortos na beira d'água.
* inspirada numa canção que ouvi no rádio:
procurando a estrêla, zé ramalho.
* Imagem sine-que-non
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