Já vislumbrei e ergui um anhagabaú de fantasias. Será que escrevi isso aqui ?
Estava de férias.Não me lembro.
Será que escrevi que pirei ontem à tarde ?
Nervos esticados no limite e tudo caindo na minha frente.

Vim para sampavelox debaixo de chuva, temporal.
livros novos, rostos inéditos e assédio no cinema, só aqui mesmo.
um cão morto nos meus braços.
Um luto, dois lutos, três lutos.

Ganhei muito presente aqui, encontos diferentes.
Morango batido com leite na padaria e chicletes;
uns pratos enjoados , claro, sempre tem uma cruz;
Lágrimas diante da garrafa de cerveja e ternura guardada em caixinhas
de lembranças.
No vagão do metrô lotado dá prá pensar em tudo isso
e rodopiar no tempo.

A moça ao meu lado , tentou roubar alguns versos do meu livro de poesia;
eu deixei ela à vontade e abri mais a página para uma leitura confortável.
Os russos de novo. Levo aquela bíblia prá todo lado.
Hora do desembarque.
Cheiro de gente, sabe ?
Tenho cheiro também.

Eu, asfalto molhado, rua, longa jornada pulando - literalmente - corpos na calçada.
Em casa , no café e no calor desse acolhimento estremeci ;
e descobri que tudo o que sinto é muito maior que o Gúgol.




O que vale é o estremecimento*, não é T ?



* Imagem viaYou Make me Feel

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| Por Prensada | quarta-feira, 30 de setembro de 2009 | 14:33.




Já subi a escadinha do quarto e saí prá rua.
Minhas férias acabaram rápido.

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| Por Prensada | | 14:18.



[ vou me recolher para processar ]

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| Por Prensada | terça-feira, 29 de setembro de 2009 | 15:06.



Já postei essa pintura no blog duas vezes,
adoro.




* Piet Mondrian, amarallys

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| Por Prensada | | 08:00.




Salve Arnaldo, salve !





Quero descansar o olhar no teu corpo,
mas me atirei na rua ,
no movimento
fugi da chuva,
abrigo provisório na marquise da livraria
que cheirava a pão de queijo
e livro novo.
Auto-ajuda e bobeiras sem fim.
Nunca vi tanto livro enfileirado.
Muitos livros inúteis, que ninguém vai ler.
Tênis molhado, babe;
me perder na tua lingerie.

O calor virou frio de novo
então , pra esquentar minha alma,
torpedos lascivos


* não durmo desde que nasci,

onde li isso ?



* Imagem La Coleccionista

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| Por Prensada | segunda-feira, 28 de setembro de 2009 | 19:16.





Janelas batendo , chuva e vento.
Tão de repente que não houve tempo ;
chuva torrencial escorre pelo vidro.
E a previsão foi imprecisa.
De um lado , cinzas e nuvens carregadas,
gente correndo e rua alagada;
e de outro ponto, o Copan com uma fresta de sol.


E você aqui dentro,
no centro do meu universo,
soberana e surpreendente a cada minuto.

Meu coração aos pulos
com vontade de voltar a vida.

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| Por Prensada | | 16:02.


* clique na imagem





Quem passar por mim hoje toma choque de amor.





* Imagem via Finegarten

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| Por Prensada | | 12:30.






" não deixe o ritmo morrer,
um ritmo que morre,
diminui o mundo"


Catatau, Paulo Leminski



Abertura da mostra Ocupação Paulo Leminski: Vinte Anos de Outras Esferas, 1º de Outubro até 8 de novembro. Organizada por Ademir Assumpção.Itaú Cultural, av. Paulista.


* Fotos de poemas do poeta em Curitiba

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| Por Prensada | sábado, 26 de setembro de 2009 | 11:47.







Adoro essa canção !
Botei no repeat....



Leonard Cohen está com um album duplo, maravilhoso.
Live in London

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| Por Prensada | | 10:35.






E a oração deu asas à quente e caprichosa fantasia.
Minha fada aportou.
Eu vou à janela todas as noites , em especial , nos dias que a Lua está mais luminosa e cheia,
e suplicava que ela chegasse.
Ela está aqui e eu, muda de espanto.
Pedi que ela cravasse os dentes na minha jugular, prá ver se ainda havia vida.
E senti o ritmo do sangue, meu coração irregular e todas as veias do corpo estremecidas.

Cheguei a Terra da Promissão. Onde o leite o mel jorram em fontes.
Borboletas, um gato, coração, flores : ela chegou.

Gosto de olhá-la, de saborear o gosto do vinho e ver a noite.
O vinho na taça -
a sonolência dos homens puros que querem o céu e o inferno.
Poucas linhas para escrever o resumo da fada.
Uma fragilidade na pele branca, nos cabelos claros;
e aquela exuberância de luxe.

( Fotografias são armadilhas ? Não são reais ?
Foda-se !
A mulher é bela demais.)

A sensação é que sigo por um terreno vulcânico.
( Paciência, minha cara, estamos aqui para isso )
O prazer de olhar esta aparição -
dá vontade de me enterrar nessas tuas tintas,
nos desenhos do teu corpo.





* Imagem RojoParis, red and blue colors via FFFFound !

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| Por Prensada | sexta-feira, 25 de setembro de 2009 | 23:47.








Claudio Brites manda avisar que tem lançamento da Editora Terracota. A nova coletânea , organizada pelo fera Octavio Carriello, apresenta nomes conhecidos dos quadrinhos e das ilustrações: Weberson Santiago -(um super artista, que tem um blog bem bacana ) - vou colocar no link de favoritos; Marcela Godoy , Roger Cruz , GianDanton entre outros.
Tarde de autógrafos, amanhã - dia 26 de junho ( sábado ) na simpática Livraria Martins Fontes , das 15h30 até 18h30, av. Paulista 509 (metrô Brigadeiro).
Vamos lá ver o livro e sair para a tradicional cerveja gelada.
Combinado ?


* Tô tão zoada, que esqueci de colocar a data do evento ...efeito borboletas ! =)

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| Por Prensada | | 18:02.






Daí me lancei como navegador , de mar e embarcações.
Adoro abismos e terras desconhecidas.
Galápagos e ilhas do sul do Atlântico.
A imensidão azulada e verde.
Dar adeus a terra firme e navegar ao vento das tuas tintas,
vermelha e azul, mapa do tesouro.
Beber vinho e farrear com a tripulação.
Bússola e estrêlas , sentidos.
Cartografia vermelha e azul, borboletas ?
Eixo da Terra virado de ponta cabeça.

Pensei em mel e açúcar, especiarias e óleos essenciais de Calicute.
Marco Polo teria um twitter e diria:

avistei uma sereia a bombordo, ela canta para mim.
Fiquei louco ?


* Marco Polo, em seus diários de viagem, via sereias mesmo ...

* Imagem via FFFFOUND !

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| Por Prensada | | 09:05.






A gravação é péssima,não pegou a canção do começo no Youtube.Paciência,tá ?

Mas procure o cd de Maria Gadú.
Ou então corram atrás de um download.
Eu baixei há dois dias, e estou vendo borboletas e
ouvindo Maria Gadú.Esse Baba Baby.A versão dela dessa pérola de Kelly Key virou um luxo.Uiu.

E tem uma versão de Ne Me Quitte Pas.Um francês cariocado...ehehehe e a História de Lily Braun ( um clássico ), tem uma canção super bacana, Lounge.Escute, vá atrás.
Maria Gadú tem uma bela pegada.

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| Por Prensada | | 00:25.





Pano de fundo do computador virou butterflies.
Uma borboleta vermelha e outra menorzinha, azul.
Não sei direito que borboletas são essas.
Não sei se há outras, ocultas em cantos inimagináveis.
Toda vez que abro o demônio, lá está ela esvoaçando,
batendo asas naquela pele branca.

Pode virar um grande poema com rimas ricas.
Mas tudo é tão século 21 ,
que a parnasiana aqui perdeu a fala.
O lápis calou-se.


E prá não dizer que eu sou ruim,
vou deixar você me olhar,
só olhar,
só olhar,

baba baby,
baba
baba baby, baba





* Ilustração Eduardo Verderame

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| Por Prensada | quinta-feira, 24 de setembro de 2009 | 18:02.














* Imagem via Urban Romance


* Imagem metrô SP - Foto Buiu

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| Por Prensada | | 10:05.







Quero te fotografar na minha festa.
Vai ter pouca gente.
Só você e eu, e algumas sombras pelas paredes,
que vão multiplicar a gente.
Efeitos especiais. Um sarau feminino.
E vamos ser muitas coisas nas projeções, inaugurar uma nova Gênesis.
Não entendo de zodíaco e planetas,
mas Vênus de Luxe me encanta.






* Foto Jan Durina, Portraits of Maria

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| Por Prensada | quarta-feira, 23 de setembro de 2009 | 23:47.


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Me deixe respirar, por longo, longo tempo, o cheiro de seus cabelos, neles mergulhar todo o meu rosto, como um homem sedento na água de uma fonte, e agitá-la com minha mão como um lenço cheiroso, para sacudir lembranças no ar.
Se você pudesse saber tudo o que vejo ! Tudo o que sinto ! tudo o que ouço em seus cabelos ! Minha alma viaja por sobre o perfume como a alma dos outros homens por sobre a música.
Seus cabelos contêm todo um sonho, repleto de velas e mastros; contêm grandes mares, cujas monções me levam a encantadoras regiões, onde o espaço é mais azul e mais profundo, onde a atmosfera é perfumada pelas frutas, pelas folhas e pela pele humana.
No oceano de sua cabeleira, entrevejo um porto fervilhando de cantos melancólicos, homens vigorosos de todas as nações e navios de todas as formas, recortando suas arquiteturas finas e complicadas num céu imenso, onde se estira o eterno calor.
Nas carícias de sua cabeleira, reecontro os langores de longas horas passadas num sofá, no quarto de um belo navio, embaladas pela arfagem imperceptível do porto, entre os vasos de flores e as moringas refrescantes.
Na ardente lareira de sua cabeleira, respiro o cheiro do fumo mesclado de ópio e açúcar; na noite de sua cabeleira, vejo refulgir o infinito do azul tropical; nas margens de penugem da sua cabeleira, me embriago com os cheiros combinados do alcatrão, do almiscar e do óleo de coco.
Me deixe morder, por longo tempo, suas tranças pesadas e negras. Quando mordisco seus cabelos elásticos e rebeldes, me parece estar comendo lembranças.




* Imagem via Finegarten

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| Por Prensada | | 23:17.


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Laisse-moi respirer longtemps, longtemps, l'odeur de tes cheveux, y plonger tout mon visage, comme un homme altéré dans l'eau d'une source, et les agiter avec ma main comme un mouchoir odorant, pour secouer des souvenirs dans l'air.
Si tu pouvais savoir tout ce que je vois ! tout ce que je sens ! tout ce que j'entends dans tes cheveux ! Mon âme voyage sur les parfum comme l'âme des autres hommes sur la musique.

Tes cheveux contiennent tout un rêve, plein de voilures et de mâtures; ils contiennent de grandes mers dont les moussons me portent vers de charmants climats, où l'espace est plus bleu et plus profond, où l'atmosphère est parfumée par les fruits, par les feuilles et par la peau humaine.

Dans l'ocean de ta chevelure, j'entrevois un port fourmillant de chants mélancoliques, d'hommes vigoureux de toutes nations et de navires de toutes formes découpant leurs architectures fines et compliquées sur un ciel immense où se prélasse l'éternelle chaleur.
Dans les caresses de ta chevelure, je retrouve les langueurs des longues heures passées sur un divan, dans la chambre d'un beau navire, bercées par le roulis imperceptible du port, entre le pots de fleurs et les gargoulettes rafraichissantes.

Dans l'ardent foyer de ta chevelure, je respire l'odeurs du tabac mêlé à l'opium et au sucre; dans la nuit de ta chevelure, je vois resplandir l'infini de l'azur tropical; sur les rivages duvetés de ta chevelure je m'enivre des odeurs combinées du goudron, du musc et de l'huile de coco.
Laisse-moi mordre longtemps tes tresses lourdes et noires. Quand je mordille tes cheveux élastiques et rebelles, il me semble que je mange des souvenirs.



* Imagem the hookah lighter, Jean-Gerome

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| Por Prensada | | 22:35.





* Tiê, Sweet Jardim

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| Por Prensada | | 22:21.


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Hoje teve de tudo na minha vida. Psicodelia, Lóki e Arnaldo. Imagens fortes, telas mentais, idéia louca, ícones manjados, gestos delicados, sombras do passado, olhares cansados. Estou tão lotada de informações que posso sair voando pela janela. Hoje teve novidade e coisa gasta. Uma tonelada de Beckett. E teve Mutantes.
Filmes coreanos - Old Boy, Lady Vingança, poesia soviética, Hamlet, Aderbal Freire Filho, Moleiro, Macunaíma, Antunes Filho.
Por favor, me segurem na Terra !

Depois de tudo isso, dá vontade de beber.

Um dia percorrido com garra, com volúpia.
Correria na chuva. Procurando Godot ?
Que nada. Procuro é uma cerveja preta na geladeira.
Cheguei agora em casa.




* Imagem Finegarten

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| Por Prensada | terça-feira, 22 de setembro de 2009 | 23:55.





Sonhei com Caco, o sapo.
Não sei o que vou falar prá terapeuta.
Ahahahaha !
E além disso, tive um stress tremendo com uma
cabelereira.
Eu queria tingir meus cabelos,
mas ela nem olhava prá mim.
Acho que não entendeu português.
Preciso aprender a língua venusiana.
Vênus, além de abrigar batráquios e monstrinhos Muppets,
tem um salão de beleza.



* Imagem via La Coleccionista

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| Por Prensada | | 09:40.





E acordar em Vênus. Passear como turista,
com mapa e tudo, tirar fotos japonesas,
comer um prato típico do local ,
e depois regressar.
Será que tem cerveja em Vênus ?



* Imagem via Hardcore Judas

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| Por Prensada | segunda-feira, 21 de setembro de 2009 | 23:29.




São Paulo, apóstolo, Praça da Sé * Imagem via San Pablo


(...)Um lamento indignado pela degenerescência do burgo
que vendeu sua alma ao diabo do automóvel,
que mora nos entulhos
de uma megalópole insana.
(...)





Muito carro prá atazanar, pouco lugar prá estacionar.
Tá na hora de brincar de trem elétrico, caronas coletivas,
reivindicar mais linhas de ônibus. Pegar esse prefeito pela bunda e chutar.
Botar mais trilhos e viajar.




*Mário Chamie - Livro, Paulicéia Dilacerada - Funpec Editora

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| Por Prensada | | 22:58.


Kandinski, São Jorge



Chagall, Promenade



Maliévitch, Rostos



Maliévitch, Círculo Negro que forma o tríptico




Rodchenko, Círculo Branco





Gosto de nomes russos, tipo Kazimir Maliévitch ou Vladmir Kandinski.
A Literatura também é boa de doer.
Acho que já vivi numa dacha, corria nas estepes geladas com meus cães de olhos azuis,
e bebia vodca aos litros, escondida atrás dos pilares do Kremlim.

Os artistas russos de Vanguarda mais expressivos, estão reunidos nessa coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, ex- Leningrado. E vale a pena percorrer três andares e o subsolo do CCBB, na rua Álvares Penteado.
A arte de vanguarda russa sentiu a pressão do regime comunista que baniu ou perseguiu seus principais artistas. 1917, Revolução Comunista. Antes disso, havia uma infinidade de correntes artísticas ora inspiradas na arte européia ora tentando uma vertente russa genuína.
E é impactante acompanhar a trajetória de seus principais artistas e compará-los com a arte "oficial" a partir de 1930, quando Stalin barrou tudo em prol do realismo socialista, que seria a única arte permitida na União Soviética até os anos 80. Os comunistas diziam que a arte de vanguarda não era entendida pela massa.

São 123 obras , entre pinturas, esculturas,cartazes e roupas de teatro e nomes reconhecidos como a nata a pintura de vanguarda: Marc Chagall , Vassili Kandisnki, Aleksandr Rodchenko, Vladmir Tatlin, Pavel Fílonov, representantes das variadas movimentos artisticos da União Soviética pré e pós revolução.
O destaque, além do deslumbrante Promenade (1917) de Marc Chagall , está na sala especial de Maliévitch, onde está seu tríptico Cruz Negra, Quadrado Negro e Círculo Negro, datados de 1923. Raramente o conjunto formado pelas três telas fica reunido.
Imagino o impacto dessas obras nos idos de mil novecentos e valsa.
O próprio Maliévitch aparece num auto-retrato vestido como um artista da Renascença, de um cinismo atroz contra o regime. Ele morreu em 1935.
Pela primeira vez ele é apresentado no Brasil.

Também inédito para mim é ficar em frente das obras de Vassili Kandinski, que eu curto demais. Esse russo sabe de cores e formas, um puta artista amoroso. Sei lá, a pintura dele me dá tesão. E olha que é difícil alguma coisa hoje em dia me dar tesão.
Resumo: saí com vontade de amar, entrelaçar, tocar, beijar e morrer no meio dessas cores.



Uma exposição excelente, rica e emocionante.
Vale a visita, o café do CCBB e ao ambiente russo.

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| Por Prensada | | 20:49.






Primavera sem flor, sem verde e com possibilidade mínima
de tudo esverdear de repente. Cidade do cão para pintar de verde.
Primavera: então mudei a estação das flores para
a estação dos amigos.
Gente boa: que os deuses estejam com vocês.
Vamos sair prá comemorar as sementes que já deram frutos.
E apreciar os novas possibilidades: encontros caretas e pirados,
lampejos, textos e beijos.
Botar prá f. e escrever.




* Meu finado pai, dizia, que amigos contam-se nos dedos;
e são menos de cinco
.




* Imagem via Lost and Found

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| Por Prensada | | 12:27.
| Por Prensada | domingo, 20 de setembro de 2009 | 23:55.










* Imagem via La Coleccionista

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| Por Prensada | | 23:45.


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* Ilustração, Jana Magalhães

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| Por Prensada | | 22:50.





A culpa é do famoso DOC, rótulo encontrado nas garrafas.
Fim de semana bom e fresquinho prá tomar alguns copos de vinho.
Tinto, daqueles fodões.
Não entendo nada de vinhos, não sou fresca.
Não é a minha praia, nem a minha literatura predileta.
Vou por alguma informação de boca a boca. Vinho com um rótulo simples, honesto.
Um vinho sincero da região de Mendoza. Delícias dos Andes.

E de tanto vinho acabo nesse show de levitação, rock e poemas.
Catei alguns livros velhos de poesia. Dia do poeta, acho.
Livro de poesias são sempre rabiscados.
Poemas torturados por lápis. Caneta bic e aqueles marcadores amarelos horrendos.
Poemas desenhados , com ponto de interrogação ( ? ) gigantesco lá no alto,canto direito.
Rabiscos amarelos : eu só podia estar desesperada.
Uma só frase.
Mistério.
Comentários no pé da página, cículos feito caracol, sempre ao redor
das palavras.
Divago, circundo e vou prá dentro da palavra que me levanta no ar.
Levitar-se. Existe ?
Levitar.



* Ilustração Julian de Narvaez

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| Por Prensada | | 21:36.


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Fly into the rising sun
faces, smiling everyone
yeah, she is a whole new tradition
I feel it in my heart
my woman from Tokyo
she makes me see
my woman from Tokyo
she's soo good to me...

Rising from the neon gloom
Shinning like a crazy moon
Yeah, she turns me on like a fire
I get high...

* Deep Purple , Woman from Tokyo



Adorei essa coleção de ilustrações japonesas - já tenho diversas em arquivo.



Imagem via Gaarikus

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| Por Prensada | sábado, 19 de setembro de 2009 | 22:27.


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Reunião do condomínio São Sebastião.
Eleita por unanimidade, dona Aurora, 92 anos.
Três proprietários presentes e só.

No meu prédio moram velhinhos muito velhos,
e estudantes da Universidade Mackenzie.
Tem um rapaz muito doido no 2º, que grita dia sim
dia não.
Mora só e seu apartamento ( prá quem já entrou lá dentro )
é um caos.
Tem os músicos que vivem no 7° andar. Um deles é fera:
Lanny Gordin - já ouviu falar do cara ?
Já tocou com todos os grandes
da MPB.
É uma delícia subir no elevador
e ouvir música boa.

Mas , tem aquele lado meio tortuoso de gente
estranha e bizarra que entra e sai na maior liberdade.
O prédio não tem portaria. É só acostumar que você
começar a curtir. E aí você vira um bizarro também.
Só não gosto do zelador, que é um cara fofoqueiro.


Eu moro no último andar da bagaça.
São Sebastião padroeiro dos gays,
dos músicas da noite, das velhinhas bem velhinhas
e dos solitários que gostam de tomar café na janela.


* Fui eleita pro conselho ditatorial do condomínio.


* Imagem Zebra, Ilustração de Claudio Tozzi

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| Por Prensada | | 12:25.





* Adorei a cena: Samuel L. Jackson como o velho blues man e Christina Ricci se acabando na pista.


O filme é Black Snake Moan (2006 )- vou procurar em dvd,nunca tinha lido nada sobre ele.

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| Por Prensada | quinta-feira, 17 de setembro de 2009 | 23:33.


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Uma lâmina fincada no coração,
aquela dor que só mostra uma lágrima.
Guirlandas encharcadas de sangue, manchas e respingos do punhal.
Punhal.
Flores encantadoras em linda disposição.
Uma gueixa guerreira, sabe o que faz:
só lâminas, sangue e gozo para a tripulação.


Before you slip into unconsciousness
I'd like to have another kiss,
another flashing chance at bliss,
another kiss
another kiss
(...)
The crystal ship is being filled
a thousand girls, a thousand thrills
a million ways to spend your time
when we get back
I'll drop a line.

Crystal Ship, The Doors





Imagem via Gaarikus

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| Por Prensada | | 16:51.


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* Imagem via La Coleccionista

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| Por Prensada | quarta-feira, 16 de setembro de 2009 | 23:03.
| Por Prensada | | 22:36.







O filme mais bacana que vi até agora no ano.
Com a direção precisa de James Gray,
O personagem de Joaquin Phoenix é um apaixonado. Chama-se Leonard.
Um homem que ainda tenta o suicídio várias vezes por conta
de um abandono.
Bipolar, romântico e sensível chega numa encruzilhada
com duas mulheres distintas.
O que o angustiado Leonard vai fazer ?


Amantes/ Two Lovers é excelente.
Com toda a sua dramaticidade.
E tem um elenco, uma atriz ícone, Isabella Rosselini - que é a mãe de Leonard.
E ainda apresenta Gwyneth Paltrow e Vinessa Shaw (excelente ! ).

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| Por Prensada | | 17:22.






Passei aqui duas vezes hoje !
É coisa de doido, vapt-vupt.
O dia foi cronometrado no relógio,
tempo, tempo, tempo
deslizei feito tatú, debaixo da terra.
Escadas rolantes e a multidão.
Malinha pequena, óculos e um tremor nas pernas.
Lá foi ela...


E eu aqui, correr aqui e alí;
e à noite tem aula, mais metrô.




* Foto pedpaula

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| Por Prensada | | 15:47.
| Por Prensada | | 15:43.
| Por Prensada | terça-feira, 15 de setembro de 2009 | 23:15.







Amantes/Two Lovers
* depois eu conto o que senti

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| Por Prensada | | 16:42.
| Por Prensada | segunda-feira, 14 de setembro de 2009 | 23:43.


* esse som era o máximo.




E tinha uma pick-up linda Pioneer, coisa fina.
Vinis. Coleção de vhs, pilhas de fitinhas Basf e TDK.
Máquina de escrever remington,
depois uma portátil hermes baby.
Um telefone com fio antigão. Preto.
Vitrola com rádio am,
cuba libre, milk shakes vaca dourada e vaca preta ;
e tubaína.
Cine Glória.
E depois o grande cine Caiçara.
Não posso reclamar daqueles dias.
Tinha muito cinema na minha cidade natal.
O pessoal gostava de frequentar as sessões.
Cinema com cortina vermelha.
Pipoca feita na hora com manteiga e cocas geladas.
Um calorão de rachar, chinelinhos e pele bronzeada.




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| Por Prensada | | 23:32.





"Quero me entender, me fazer entender, me fazer conhecer, me fazer abraçar,
quero que alguém me leve consigo".



* Roland Barthes, Fragmentos de um discurso amoroso.


* Cat Prims Foto

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| Por Prensada | | 21:33.


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A elogiada montagem de Quartett, do Thêátre de L'Odeon de Paris no palco do Sesc-Pinheiros. Quando subi para procurar meu lugar fiquei toda arrepiada com o proscênio iluminado. A cortina pintada retratava uma cena campestre - Le Concert Champêtre, do pintor Frans Wouters, que está no Musée des Beaux Arts à Dole, France.
E lembrei que a peça foi inspirada no romance de Chordelos de Laclos - As Relações Perigosas. Mas fica só nisso o ambiente francês do século XV.

Lembram do filme de 1988 com Glenn Close no papel da maquiavélica Marquesa de Merteuil ? E do cínico e sedutor Marques de Valmont de John Malkovich ?
Esqueçam.


Quartett é a adaptação do romance de Laclos pelo dramaturgo alemão Heiner Muller, com direção do americano Bob Wilson. Cenógrafo, iluminador, sonoplasta e diretor, Wilson desconstruiu o romance no palco com sua luz estonteante e sua montagem minimalista.
Bob Wilson já dirigiu óperas, como Einstein on the Beach, com música de Philip Glass.
Já trabalhou com Tom Waits, David Byrne e Allen Ginsberg.
O dramaturgo Heiner Muller afirma que sua obra é uma comédia, um jogo sexual que mergulha de forma cínica na vida de dois personagens da aristocracia francesa. A encenação porém, é moderníssima. Um jogo de espelhos, os personagens trocam de sexo e cenas surrealistas e minimalistas. Sexo, tiros, humor, gargalhadas e rock'n'roll.

A trilha sonora é assinada por Michael Galasso, maravilhosa.
E há Isabelle Huppert que se desdobra ora na Marquesa de Merteuil ora em Valmont.
O personagem de Valmont, é feito pelo ator Ariel Garcia Valdés, impressionante.
Huppert é a grande surpresa, porém. Uma grande atriz de cinema , quando vai para o teatro , pode ser um fiasco.
Isabelle Huppert tem uma voz potente, grave e linda.
Sua figura é estonteante e hipnótica. A cena final é prá nunca mais esquecer: só ela com seu pequeno texto, que ela vai repetindo num crescendo e uma luz branca que aumenta a cada passo.
Bob Wilson é um grande encenador. Huppert é uma gigante no palco !




* Imagem Isabelle Huppert e Ariel Garcia Valdés

* Pintura Concerto Campestre, Frans Wouters

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| Por Prensada | | 19:58.


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Sábado no teatro do Sesc Consolação, por conta de La Douler ( A Dor ), texto de Marguerite Duras. Um monólogo de 1h15 minutos, baseado nos diários de Duras em 1945, fim da Segunda Guerra. E os deportados para os campos de concentração começam a retornar vagarosamente. E a apreensão é enorme, porque muitos morreram nos campos incinerados ou então minguaram de fome e tifo abandonados em seus leitos.
O tifo é horrível, é uma doença feia de ver, como diz o texto de Duras.

Ela espera o retorno de seu homem, Robert L.
Fica insone, louca e obsecada com a sua grande dor: Robert retornará ?
Os dias vão passando e ela alucina na possibilidade de Robert L. já estar morto. E fala com ele, morto numa cova rasa. Come batatas, senta ao lado do telefone durante horas , esperando a notícia. Corre até as gares, principalmente Orsay. Em Orsay , o governo francês coloca um posto de recebimento dos que retornam da guerra. Lá está ela, agarrada a sua bolsa grande e com o olhar cansado e apreensivo. Ela não sabe se ele continua vivo. Vagando em meio ao esturpor da cidade, percorrendo serviços de informações, sem comer, sem dormir, ela espreita, ela procura o menor sinal de esperança.

Esperança.
Robert L. está de volta:
o retorno é doloroso.
O tifo é implacável com ele. Definha de febre e diarréia.

Os cinco minutos finais do monólogo são atordoantes.
Dominic Blanc dá uma aula de domínio cênico, sensibilidade, terror e amor.
( * Mas não conto o final )


Saí com vontade de berrar na rua.




* Imagem foto Dominic Blanc, programa do Sesc.

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| Por Prensada | domingo, 13 de setembro de 2009 | 23:15.





Você anda casada com que ?

E eu, não soube responder.

( porque a gente sempre tá casada com alguma coisa:
um amante, uma namorada, com os filhos, com a mãe, com a literatura, com a música, com o cinema, com o trabalho, com a avô, com um pai, com uma desilusão, com uma irmã difícil, com a puta que pariu. )

Acho que estou numa fase tão liberta, tão jogada,
tão solta na vida -
que morro de medo de mim.
Estou casada com a minha doideira, acho.
Minha doideira atira para todos os lados.

Mas também acho que essa super liberdade,
é uma prisão.
Ah, sei lá.



* Imagem bird colors feathters via Supermassive Black Hole


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| Por Prensada | sábado, 12 de setembro de 2009 | 18:33.



e dormir.





* Imagem foto Jennifer S.

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| Por Prensada | sexta-feira, 11 de setembro de 2009 | 23:17.




mas as vezes, me obrigam.



* Imagem via bad habits

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| Por Prensada | | 23:09.